Universidades públicas

Servidores federais do MS param e ameaçam greve por reajustes

A paralisação abrangeu unidades localizadas em Campo Grande, Dourados, Aquidauana, Corumbá, Chapadão do Sul, Três Lagoas, Coxim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba e Ponta Porã

Na última terça-feira (11), professores e técnicos administrativos das instituições federais de ensino de Mato Grosso do Sul, incluindo a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e o Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), interromperam suas atividades em diversos campi do estado.

A paralisação abrangeu unidades localizadas em Campo Grande, Dourados, Aquidauana, Corumbá, Chapadão do Sul, Três Lagoas, Coxim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba e Ponta Porã.

Em Campo Grande, os manifestantes percorreram o trajeto do Ginásio Moreninho até o estacionamento da Pró-Reitoria, utilizando carros, caminhão de som e bandeiras com o símbolo do sindicato. O ato contou com a participação de professores e técnicos administrativos, que suspenderam suas atividades por um dia para expressar suas reivindicações. Esta paralisação faz parte de um movimento nacional que envolve universidades e institutos federais em todo o país.

As atividades acadêmicas e administrativas estão programadas para retornar ao normal nesta quarta-feira, 12 de março. No entanto, os servidores não descartam a possibilidade de uma greve, caso suas demandas não sejam atendidas pelo Governo Federal. O coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino de Mato Grosso do Sul (Sista-MS), Lucivaldo Alves dos Santos, destacou que, se o governo e o parlamento não avançarem nas negociações sobre o reajuste salarial, a categoria poderá intensificar as mobilizações, incluindo a deflagração de uma greve.

“A questão da greve, se realmente houver esse endurecimento por parte do parlamento, por parte do governo em realmente resolver os problemas, não foge do nosso radar não. Se for possível, não sai do nosso radar a possibilidade até de estar incentivando para o nosso pessoal uma mobilização muito maior, que é para fazer uma greve”, declarou Lucivaldo Alves.

Adriana Maier, representante do Sista-MS, enfatizou que a paralisação atual é uma medida inicial e que a greve será considerada caso não haja progresso nas negociações. “Hoje é um dia de paralisação. A priori não é greve. A greve nós já fizemos e estamos aguardando a finalização do acordo, que é a questão financeira. Mas a priori não é greve. Hoje é somente paralisação. Hoje não tem aula em nenhum canto da federal aqui. A universidade está recebendo calouros. A gente não quer prejudicar os acadêmicos e nem a universidade. A gente só quer concluir e receber o direito que a gente tem perante a lei e aí trabalhar todo mundo junto”, afirmou.

Os servidores reivindicam reajustes salariais que variam entre 14% e 26%, dependendo do cargo, para os anos de 2025 e 2026. Até o momento, as negociações com o Governo Federal não avançaram significativamente, e a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA), que contempla esses reajustes, permanece indefinida.

A paralisação foi organizada pelo Sista-MS e pela Associação dos Docentes da UFMS (Adufms). Lucivaldo Alves ressaltou que o reajuste salarial está previsto em uma Medida Provisória, mas sua efetivação depende da aprovação da LOA pelo Congresso Nacional.

“O governo fez uma parte e agora falta essa segunda parte, que é a do Congresso Nacional, que é justamente uma mobilização para que os parlamentares se mobilizem para que realmente seja aprovada essa lei orçamentária. É só através dessa lei orçamentária que poderemos ter o nosso reajuste”, explicou.

No ano passado, a UFMS enfrentou uma greve de 100 dias, iniciada em 1º de maio de 2024, que afetou diversos cursos de graduação e pós-graduação. Essa paralisação prolongada gerou impactos significativos no calendário acadêmico e nas atividades institucionais.

Além do reajuste salarial, os servidores federais têm outras demandas que esperam negociar com o governo. Entre elas, destaca-se a regulamentação do direito à greve e da negociação coletiva no serviço público, a equiparação de benefícios do Executivo aos pagos nos poderes Legislativo e Judiciário, e a reestruturação das carreiras. Essas reivindicações foram formalizadas em um ofício encaminhado ao Ministério da Gestão e Inovação em 31 de janeiro de 2025 e serão debatidas na Mesa Nacional de Negociação Permanente.

A mobilização dos servidores federais em Mato Grosso do Sul reflete um movimento nacional em busca de melhores condições de trabalho e valorização profissional. A categoria aguarda a retomada das negociações com o Governo Federal e a aprovação das medidas necessárias para atender às suas reivindicações.

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