Brasil

Senado faz sessão em homenagem a genocídio contra os palestinos

Coube ao líder do PT no Senado, Jaques Wagner, a parte mais grotesca da sessão

O Senado Federal realizou nesta terça-feira (7) uma sessão especial em “homenagem às vítimas do Hamas”, um verdadeiro escárnio com as mais de 65 mil vítimas do genocídio provocado pelo Estado nazista de “Israel”.

A cerimônia, proposta por Sérgio Moro, o mesmo juiz golpista responsável por prender Lula e abrir caminho para a eleição de Jair Bolsonaro (PL), reuniu o alto comando da propaganda sionista no Brasil: o presidente da Confederação Israelita (Conib), Claudio Lottenberg; representantes da Embaixada de “Israel”; o coordenador do Museu do Holocausto; e parlamentares da extrema direita — Flávio Bolsonaro, Magno Malta, Jorge Seif e Efraim Filho, entre outros.

Com discursos em defesa do “direito de autodefesa de Israel”, os senadores e convidados reproduziram palavra por palavra a propaganda do imperialismo norte-americano, o mesmo que há décadas financia o extermínio sistemático do povo palestino.

Sérgio Moro, em sua fala, exaltou “o direito de Israel de reagir” e chamou o Hamas de “organização terrorista”. Em nenhum momento, obviamente, o Senado brasileiro mencionou o massacre de dezenas de milhares de civis palestinos, assassinados em bombardeios, fome forçada e destruição total da Faixa de Gaza.

Enquanto o plenário exibia fotos de soldados israelenses que foram feitos de prisioneiros pela resistência palestina e ouvia discursos hipócritas sobre “as vítimas do terrorismo”, nenhum minuto de silêncio foi dedicado aos mortos, feridos e desaparecidos desde outubro de 2023. Nenhuma palavra foi dita sobre as crianças palestinas soterradas em escombros, sobre os hospitais destruídos, sobre o bloqueio que impede comida, água e medicamentos de chegarem à população.

O genocídio de Gaza foi deliberadamente apagado — e em seu lugar, o Senado aplaudiu o regime que o comete.

O discurso de Claudio Lottenberg, da Conib, não deixou dúvidas sobre o caráter criminoso da sessão. Ele chamou a operação do Hamas de “ato de genocídio” e acusou o governo brasileiro de ser “inimigo sistemático de Israel”. Ou seja, o representante do lobby sionista no Brasil usou o plenário do Senado para atacar a política externa de Lula, por ter criticado, ainda que de maneira muito branda, o governo de Benjamin Netaniahu.

Lottenberg chegou a dizer que “é dever dos brasileiros barrar a infiltração do antissemitismo”, confundindo deliberadamente a justa crítica ao sionismo a uma inexistente perseguição religiosa.. Essa confusão é proposital: serve para impedir qualquer solidariedade à Palestina e transformar os críticos do imperialismo em “terroristas”.

Coube ao líder do PT no Senado, Jaques Wagner, a parte mais grotesca da sessão. Às vésperas do acordo de cessar-fogo ser aprovado, o senador afirmou que “o Hamas deve ser exterminado” e que “não se pode comparar o Estado de Israel com um grupo terrorista”.

Com direito à execução do hino de “Israel” dentro do Senado brasileiro, o evento foi uma exibição vergonhosa de submissão nacional.
O plenário, que deveria representar o povo brasileiro, foi transformado em sucursal da embaixada sionista.

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