Conforme noticiado por este Diário, a ativista feminista Isabella Cepa vem sendo perseguida pelo aparato de repressão brasileiro, a pedido de Erika Hilton, após ter dito que a deputada era um homem. A perseguição chegou a tal ponto, que Cepa teve de fugir do Brasil para um país da Europa, pois ela pode ser condenada a até 25 anos de prisão, simplesmente por ter falado a realidade.
Isabella Cepa não é a única mulher que está sendo perseguida por Hilton e pelos identitários transsexuais, isto é, por pessoas que nasceram homens mas que agora acreditam serem mulheres.
Em fevereiro deste ano, uma mulher ativista do feminismo fez uma denúncia durante o evento Let Women Speak (deixem as mulheres falarem), que ocorreu no Rio de Janeiro.
A ativista, chamada Karen, estava “sendo investigada pela polícia por ter concordado com arqueólogos que identificaram um ossada como feminina, por conta do formato da pélvis”, conforme vídeo publicado na página do Instagram da associação MATRIA (Mulheres Associadas, Mães e Trabalhadoras do Brasil).
No vídeo, Karen se apresenta como “uma mulher lésbica, daquelas das antigas, que não têm pênis”, expondo o absurdo do identitarismo trans. Ela denuncia estar sendo “processada por transfobia pela mesma pessoa que está processando Isa e outras mulheres. O meu crime: ter concordado com arqueólogos, que os ossos pélvicos da Lucy, mulher primitiva, eram de uma fêmea”.
Ela informa que a “situação era que estava circulando uma matéria sobre a ossada do fóssil Lucy, que os arqueólogos haviam descoberto que eram uma mulher pelo fato de ter uma pélvis feminina”. Contudo, “transativistas estavam dizendo que determinar que Lucy era mulher pelo fato de ter uma pélvis feminina era transfobia”, denuncia Karen, acrescentando que, para os identitatirismo transsexual “ela [Lucy] poderia ser um homem trans”. Isto há mais de 3 milhões de anos, quando não existia nenhuma ideologia identitária (nem nenhuma ideologia qualquer).
“Eles realmente acham que uma pessoa que viveu há 3 milhões de anos tinha uma identidade de gênero”, expõe a ativista feminista, dizendo que se trata de uma “posição descabida e anacronismo histórico”.
Lucy é um fóssil de uma espécie ancestral dos seres humanos. Foi descoberto por arqueólogos em 1974, na Etiópia e tem 3,18 milhões de anos. Essa descoberta revolucionou o entendimento da arqueologia sobre os ancestrais dos seres humanos.
Os arqueólogos constataram que esse fóssil era de uma mulher (daí o nome feminino: Lucy) em razão da ossatura do fóssil, especialmente da pélvis, serem próprios de uma fêmea.
Segundo os identitários transsexuais, não importa que o ser humano seja do sexo biológico feminino, isto que é, que tenha órgãos sexuais femininos, ossatura e musculatura e outras características próprias, diferentes dos seres humanos com sexo biológico masculino. Segundo os identitários, essas características físicas próprias do sexo biológico feminino não fazem da pessoa uma mulher.
Para o identitarismo transsexual, o que vale é o que a pessoa pensa: se uma essa pessoa, com todas as características biológicas de um homem, pensar que é uma mulher, então, para os identitários, é uma mulher. E quem não concordar, tem que ser cancelado de toda sua vida, calado e mesmo apodrecer na cadeia.
Durante o programa Análise Política da Semana, Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), avaliou que essa situação é “muito grave”, e que “esses processos existem para criar um clima para a aprovação de leis mais duras, etc. Se isso progredir, vai chegar uma hora que você não pode mais falar em mulher. A mulher vai deixar desistir, o homem também, legalmente falando”.
Ele denuncia como o identitarismo transsexual é um ataque contra as mulheres e sua lutar por seus direitos democráticos: “para o homem não muda nada isso aí, porque o homem ele é umauma figura dominante na sociedade atual. Mas para as mulheres é uma coisa grave, porque anula toda a luta das mulheres pelo por direitos femininos e tudo mais”, acrescentando que, segundo os identitários “haveria uma lei no Brasil que proíbe a transfobia, o que não é verdade, não há lei nenhuma. O que existe aí é a opinião dos juízes
do STF de que isso seria crime. É uma arbitrariedade”.
Recentemente, Isabella Cêpa, uma das mulheres feministas processadas por Erika Hilton, falou ao jornal Gazeta do Povo, ocasião em que criticou o abandono da proteção às mulheres pela militância de esquerda. Conforme o jornal, “Isabella, que se alinha ideologicamente à esquerda, responde judicialmente no Brasil por crime de injúria racial”, por ter dito, em 2020, que a “mulher mais votada para a Câmara de Vereadores de São Paulo era, na verdade, um homem”, em referência a Erika Hilton.
Falando ao jornal, Isabella Cêpa diz que “que sua corrente política abriu mão de defender as mulheres para abraçar pautas identitárias, no caso, a bandeira trans” e que a “esquerda […] está entregando de bandeja o nosso debate” para a direita. No último dia 11, também em entrevista ao Gazeta do Povo, ela informou que seu processo foi passado “da esfera estadual para a federal. E agora está nas mãos do STF decidir se a gente pode ser fiel à biologia, ou se esse processo vai seguir e a gente perdeu completamente a noção”




