Policiais Militares da Rocam executaram o jovem Igor Oliveira de Moraes Santos, de 24 anos, em Paraisópolis, zona sul de São Paulo, em uma ação na região, no último dia 10.
Muito diferente do que afirmaram policiais no registro da ocorrência, as imagens de câmeras corporais posteriormente veiculadas mostram que Igor, rendido (com as mãos para cima) e desarmado, foi baleado duas vezes: primeiro agachado, com os braços erguidos, e depois ao se levantar, já ferido.
Seis tiros foram disparados contra ele, em uma execução clara, registrada por equipamentos dos próprios PMs. Dois agentes, Renato Torquatto da Cruz e Robson Noguchi de Lima, foram presos.
A ação ocorreu durante uma vistoria em casas da comunidade, quando Igor e outros jovens tentavam escapar de uma perseguição policial iniciada em uma praça. As imagens desmentiram a versão de um dos PMs, que alegou em boletim de ocorrência que Igor sacou uma arma. A brutalidade do caso gerou revolta, com protestos em Paraisópolis na noite seguinte, marcados por queima de pneus e bloqueios de ruas. Uma nova operação policial resultou em outra morte e um agente ferido, evidenciando o ciclo de violência.
Longe de ser uma força de “segurança”, a Polícia Militar é um instrumento de terror da burguesia contra os trabalhadores. Assassinatos com requinte de crueldade como o de Igor é mais um exemplo da violência sistemática contra moradores de favelas, tratados como alvos descartáveis. A própria corporação admitiu a ilegalidade da ação, mas a prisão dos PMs é exceção e tampouco resolve o problema da população
A revolta dos moradores é uma resposta legítima a essa opressão, que não será resolvida com mais violência ou discursos vazios de autoridades. A dissolução da PM e dos demais aparatos policiais é fundamental para pôr um fim à violência do Estado contra a população.



