Na última quinta-feira (10), estudantes das Escolas Técnicas Estaduais (ETECs) de São Paulo protestaram em frente ao Centro Paula Souza, na capital, contra o abandono da educação técnica pelo governo do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Convocado pela União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES) e noticiado pelo Hora do Povo, o ato reuniu alunos de várias unidades, que denunciaram problemas como tetos desabando, falta de merenda e professores, em uma política que visa justificar a privatização da rede pública.
A presidente da UMES, Valentina Macedo, declarou: “Não são casos isolados, é uma situação generalizada que está acontecendo nas ETECs do Estado de São Paulo. São dezenas de denúncias de escolas com estruturas completamente precarizadas, falta de professores, merenda de qualidade muito baixa. É por isso que os estudantes estão nas ruas hoje”. Alunos denunciam que as condições se agravaram em 2025, com laboratórios paralisados por mofo e aulas suspensas por falta de energia em várias unidades.
O estudante Pedro Alves, presidente do grêmio da ETEC Getúlio Vargas, afirmou:
“Eu queria ver se o filho do Tarcísio, se o filho de qualquer parlamentar que quer privatizar as escolas, que faz descaso do investimento da educação, fosse comer na ETEC e visse os pombos em cima dos pratos, visse larva nas comidas, visse a falta de estrutura das ETECs”.
Alunos denunciam infestações de pragas, como ratos e baratas, em escolas como a ETEC Carlos de Campos, além de banheiros sem condições de uso. Selene, presidente do grêmio da ETEC Carlos de Campos, relatou:
“Na minha ETEC temos professores qualificados, temos uma gestão qualificada, só que eles não conseguem dar conta da falta de investimento, da falta de dinheiro mesmo, para conseguir fazer a manutenção da escola. A gente lida com ratos na escola, por causa que não tem dinheiro para fazer detetização, a gente lida com barata, a gente lida com a parede caindo”.
Alunos denunciam que, mesmo em unidades novas como a ETEC de Perus, de 2010, há pisos estourando e tetos caindo, enquanto a merenda é insuficiente, muitas vezes limitada a arroz e feijão.
Valentina Macedo informou que uma comissão se reuniu com o superintendente do Centro Paula Souza, que prometeu um levantamento até 15 de maio. Alunos denunciam que as 228 ETECs, com 224 mil estudantes, sofreram cortes de R$12 bilhões, evidenciando o plano de sucateamento para privatização.