Brasil

Se negociação não funcionar, Lula pode impor tarifas recíprocas

À emissora Record, ele afirmou que, dentre as alternativas diplomáticas, seu governo está buscando ações perante a Organização Mundial do comércio

Nesta quinta-feira (10), o presidente Lula concedeu duas entrevistas sobre o anúncio tarifário feito por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. Uma delas foi dada à emissora Globo, no programa Jornal Nacional. A outra foi concedida à emissora Record.

Nelas, Lula cobrou respeito ao Brasil e destacou que o País é soberano, com instituições independentes. Ao mesmo tempo, afirmou que prefere negociar, defendendo que qualquer discordância deveria ser tratada em diálogo civilizado, como em reuniões do G20, e não por retaliações comerciais unilaterais.

Sobre possíveis medidas diplomáticas, Lula anunciou que o governo criará um comitê com empresários para reavaliar a política comercial com os Estados Unidos, buscando alternativas diplomáticas, incluindo ações na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Lula, no entanto, afirmou que, se não houver acordo, usará a Lei da Reciprocidade, impondo tarifas equivalentes a partir de 1º de agosto.

Comentando a mensagem de Trump, Lula disse que o anúncio foi desrespeitoso, bem como uma afronta à soberania brasileira, algo que ele qualificou como inadmissível. Ele afirmou que, no momento, não conversará com Trump.

Quanto ao desenvolvimento da situação nesta sexta-feira (11), Trump também descartou conversar, por ora, com o presidente brasileiro, e voltou a defender Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil.

Bolsonaro, por sua vez, afirmou que essa situação “jamais aconteceria sob meu governo” e que “a medida é resultado direto do afastamento do Brasil dos seus compromissos históricos”.

Ele também deixou “claro meu respeito e admiração pelo governo dos Estados Unidos”, conforme publicação em seu perfil oficial do X. Na mesma publicação, afirmou que o processo contra ele “é contra milhões de brasileiros que lutam por liberdade e se recusam a viver sob a sombra do autoritarismo”; que “o que está em jogo é a liberdade de expressão, de imprensa, de consciência e de participação política”. Afirmou, ainda, que conhece “a firmeza e a coragem de Donald Trump na defesa desses princípios”.

No Congresso, o presidente da bancada do latifúndio pediu que seja feita negociação com Trump, culpando o governo Lula pela medida imperialista do presidente norte-americano.

O governo de São Paulo, sob Tarcísio de Freitas, teria tentado convencer o Supremo Tribunal Federal (STF) a facilitar uma ida de Bolsonaro aos Estados Unidos, conforme noticiado pelo portal de notícias Brasil 247. Segundo o portal, o governador sugeriu a ministros do STF que autorizassem Bolsonaro a sair do Brasil para negociar diretamente com Trump. O Brasil 247 informa que a ideia foi rejeitada por unanimidade.

Comentando a proposta de Tarcísio, Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais, qualificou-a como “surreal”.

Eduardo Bolsonaro, que atualmente está nos Estados Unidos atuando politicamente por seus próprios interesses, também se pronunciou sobre a situação.

Em publicação nas redes sociais, afirmou que “qualquer tentativa de acordo sem um primeiro passo do regime em direção a uma democracia será interpretada como mais um acordo caracu”, acrescentando que “não dá para pedir ao presidente Trump – e a nenhuma autoridade internacional minimamente decente – para tratar uma ditadura como se fosse uma democracia. Ou há uma anistia ampla, geral e irrestrita para começar, ou bem-vindos à ‘Brazuela’”.

À luz dessa situação, o deputado federal Lindbergh Farias, líder da bancada do PT na Câmara, protocolou nesta sexta-feira um novo pedido ao Supremo Tribunal Federal requerendo a prisão preventiva de Eduardo Bolsonaro, conforme noticiado pelo Brasil 247.

Quanto ao STF, a posição de seus ministros é que Lula teria adotado tom adequado em resposta a Trump, conforme o jornal O Globo.

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