Rui Costa Pimenta

‘Se Congresso é inimigo do povo, quem que é amigo do povo?’

Presidente nacional do PCO esteve uma vez mais na Rádio Causa Operária comentando a política nacional e as crises internacionais

Na edição desta semana da Análise da 3ª, veiculada no dia 23 pela Rádio Causa Operária, Rui Costa Pimenta afirmou que o reconhecimento do Estado Palestino por diversos países é uma “vitória da luta da resistência palestina, em particular do Hamas”. Em sua visão, se “não tivesse essa luta, não estaria acontecendo nada disso”, refutando a tese de que o ataque de 7 de outubro de 2023 teria sido um erro sem resultados.

No entanto, o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO) alertou para o perigo das motivações por trás desse reconhecimento. Ele classificou a iniciativa como uma “manobra” do imperialismo, liderada pelo presidente francês Emmanuel Macron, para “se antecipar à consumação do desastre da política sionista”. A preocupação de Pimenta reside nas condições impostas:

“Reconhecer o Estado da Palestina é uma coisa positiva. Agora, querer que o estado que eles estão reconhecendo funcione da maneira como eles querem que funcione é uma coisa absurda.”

Ele criticou duramente o documento aceito pelo Brasil, que propõe o desarmamento do Hamas e a exclusão da vida política palestina daqueles que não reconhecerem o Estado de “Israel”. Essa política, segundo ele, é “totalmente canalha” e busca “excluir” a verdadeira força de resistência que conquistou o apoio da população.

Ainda sobre o tema, Pimenta se debruçou sobre a crise interna no governo de Benjamin Netaniahu e a preocupação do imperialismo, refletida em editoriais de órgãos como o Financial Times e The Economist. Pimenta explicou que a política israelense de anexação e massacre em Gaza é “insustentável” e que “leva a uma crise ainda maior”. Ele citou dados alarmantes, como a proporção de cidadãos palestinos em um futuro Estado de “Israel” e a quantidade de cidadãos norte-americanos vivendo no país.

A análise de The Economist sobre a possível “perda” do apoio norte-americano por “Israel” foi vista por Pimenta como um sinal de que a “luz vermelha” se acendeu no imperialismo. A crescente desaprovação pública nos EUA, inclusive entre a base eleitoral de Donald Trump, mostra que a política israelense se tornou um problema para o imperialismo, que agora busca uma saída para a crise.

O programa fez a transição para a política brasileira, abordando as manifestações contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) das Prerrogativas, que visa restabelecer a imunidade parlamentar. A mobilização, convocada e impulsionada por grandes veículos de imprensa e com a participação de artistas como Caetano Veloso e Chico Buarque, foi duramente criticada por Rui Costa Pimenta.

Em sua análise, as manifestações foram muito mais “show do que protesto político”. Ele questionou a comparação com os atos bolsonaristas, ressaltando o massivo aparato de imprensa e a participação de celebridades, o que, em sua visão, ainda não foi suficiente para superar a mobilização da direita. A crítica mais contundente, no entanto, foi direcionada à esquerda que aderiu à campanha.

“A Globo não está apoiando o Lula. A imprensa toda que apoiou esses atos não está apoiando o Lula. É um engano isso.”

Pimenta debochou da ideia de que a Rede Globo e a grande imprensa seriam “bastiões da democracia” ao apoiar os atos. Ele argumentou que a burguesia está, na verdade, articulando uma “terceira via” para as eleições de 2026 e que a adesão da esquerda a essa campanha é um erro crasso.

A posição do PCO de não apoiar as manifestações foi defendida com base em princípios democráticos. Pimenta explicou que a imunidade parlamentar é uma “defesa do Congresso contra os outros poderes que estão atuando autoritariamente”. Ele lembrou que a ditadura militar acabou com a imunidade dos deputados, e que a campanha contra a PEC é, na realidade, um ataque ao próprio poder legislativo. Ele questionou a política de setores da esquerda que, estimulados pela imprensa, atacam a instituição do Congresso, usando palavras de ordem como “Congresso, inimigo do povo”.

“No regime democrático burguês, o Congresso é a instituição representativa, é ele que expressa a vontade popular. Se o Congresso é inimigo do povo, quem que é amigo do povo? Complicado, né?”

Assista ao programa na íntegra no canal da Rádio Causa Operária.

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