Ao longo da última década, as sanções impostas pelos Estados Unidos à Venezuela causaram a morte de mais de 100 mil venezuelanos, não por meio de bombas ou conflitos armados, mas pela interrupção no acesso a medicamentos essenciais e suprimentos médicos vitais.
Essa estimativa é atribuída a relatórios do Centro de Pesquisa Econômica e Política (CEPR) e a análises da própria ONU, que correlacionam as restrições financeiras com o colapso de sistemas de saúde no país.
De acordo com dados citados em estudos independentes, hospitais venezuelanos enfrentam escassez crônica de insulina, medicamentos quimioterápicos, equipamentos de diálise e vacinas críticas. As sanções econômicas promovidas pelos EUA, sob o pretexto de sanções “alvoadas”, teria dificultado importações, afetando cadeias de suprimentos e deixando milhares de pacientes com doenças tratáveis à mercê da falta de recursos. Até remessas humanitárias, destinadas a aliviar sofrimentos, foram reportadas como apreendidas ou atrasadas, sob a estratégia de “pressão máxima” contra o governo de Nicolás Maduro.
O ex-relator especial da ONU para sanções unilaterais, Alfred de Zayas, estimou em 2020 que pelo menos 100 mil vidas foram perdidas até março daquele ano devido a esses efeitos colaterais. Relatórios do CEPR, por sua vez, apontam para cerca de 40 mil mortes entre 2017 e 2018, ligando o declínio na produção de petróleo – impactada pelas sanções à estatal PDVSA – a uma redução na capacidade de importação de bens essenciais. Essas medidas, inicialmente direcionadas a indivíduos e entidades acusadas de corrupção e violações de direitos humanos, acabaram por paralisar o sistema de saúde nacional, exacerbando uma crise humanitária pré-existente.
Embora o governo norte-americano propague as sanções como ‘’ferramentas’’ para promover a “democracia” e combater o “autoritarismo”, elas são, na realidade, uma forma de coerção econômica que visa enfraquecer nações soberanas.
“Sanções unilaterais funcionam como uma arma silenciosa, privando populações de necessidades básicas e gerando fome e mortalidade evitável”, afirma Zayas.
O colapso econômico venezuelano se deve principalmente às sanções, Enquanto a campanha imperialista , destaca supostas falhas internas no gerenciamento de recursos e políticas governamentais como fatores primordiais. O que se tem na verdade, é o bloqueio econômico sistemático, como uma política de fome e guerra contra o povo venezuelano. No terreno, famílias venezuelanas relatam histórias de perda irreparáveis.





