Nos próximos dias 1º e 2 de novembro, o Centro Cultural Benjamin Péret, em São Paulo, será o palco do curso Bolchevismo e Stalinismo, uma iniciativa da Universidade Marxista. A atividade, que se insere no ciclo de debates e formação política do Partido, assume um significado especial ao marcar os 85 anos do assassinato de Leon Trótski.
A atividade foi adiada em uma semana. Anteriormente, estava prevista para começar no dia 25 de outubro.
O curso será ministrado por João Jorge Pimenta, dirigente nacional do Partido da Causa Operária (PCO). Pimenta já é um nome conhecido na Universidade Marxista, tendo apresentado anteriormente o curso O renegado Kautsky, que detalhou a luta de Lênin contra o revisionismo da Segunda Internacional.
Integrando a direção da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), João Pimenta tem se consolidado como um dos principais responsáveis pela elaboração teórica e política do PCO. Colaborador ativo na imprensa partidária e estudante de Letras na USP, João Pimenta é também autor do livro A Era da Censura das Massas. Em 2022 e 2024, foi candidato a deputado federal e a prefeito de São Paulo, respectivamente.
A atuação de João Jorge Pimenta, em defesa do marxismo revolucionário, tem o colocado no centro da ofensiva política da direita e do bolsonarismo. O dirigente tem sido alvo de diversos processos e ataques em retaliação a suas declarações, em especial a defesa da resistência palestina e da liberdade de expressão. Pimenta pediu uma salva de palmas para as organizações que lutam de armas nas mãos contra o sionismo, e por isso, está sendo processado por 27 parlamentares bolsonaristas e pelo ex-procurador Deltan Dallagnol.
O curso se debruçará sobre as raízes da luta contra a burocracia soviética, um combate que se intensificou após a morte de Lênin. Um dos marcos dessa resistência é o Manifesto dos 46 (ou Declaração dos 46), publicado em 15 de outubro de 1923.
Assinado por 46 membros proeminentes do Partido Comunista Russo (bolchevique), incluindo veteranos da Revolução de 1917 e altos quadros do Exército Vermelho, o manifesto criticava a “ditadura fracionária” e a crescente influência da “hierarquia secretarial” sob a liderança de Stálin. O documento denunciava o sufocamento da democracia interna, a transformação do partido em um “aparato burocrático selecionado” e a crise econômica gerada pela “crise da tesoura” na Nova Política Econômica (NEP). A declaração foi a primeira grande rachadura na liderança bolchevique e o início da luta pelo poder que definiria o futuro da União Soviética.
Um ponto central do curso será a demarcação teórica e política: o stalinismo não é uma vertente do marxismo, mas sim um fenômeno político e social contrarrevolucionário.
Para o trotskismo, a burocracia stalinista não representa uma nova classe social nem um novo modo de produção; é um acidente histórico: a dominação de uma casta parasitária sobre o Estado operário degenerado. O curso combaterá a visão relativista do “marxismo acadêmico”, que trata o stalinismo como apenas mais uma “corrente”, buscando anular as conclusões fundamentais do pensamento de Marx.
O stalinismo é, na verdade, o oposto do bolchevismo, caracterizado pela ausência total de coerência programática. Seu “programa” era a permanente adaptação à necessidade da burocracia soviética, evidenciada pelas guinadas políticas de Stálin, desde a tese do “socialismo em um só país” até a aliança com o nazismo e a defesa dos interesses da burguesia.os revolucionários que viriam, como a Revolução Espanhola (1936) e a greve geral na França.
O curso Bolchevismo e Stalinismo é, portanto, um convite à militância para se armar teoricamente contra as falsificações da história do movimento operário, reabilitando a política do bolchevismo, liderado por Lênin e Trótski.
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