Dia da Vitória

Russos derrotaram nazismo apesar de — e não graças a — Stálin

Autor se propõe a lutar contra a falsificação da propaganda imperialista, mas submerge na promovida pela burocracia stalinista

Nessa sexta-feira (7), o portal Brasil 247 publicou o artigo A vitória soviética e a disputa pela memória da Segunda Guerra, assinado por Ricardo Queiroz Pinheiro. No texto, o autor se propõe a um papel louvável: combater a propaganda imperialista que busca apagar o papel decisivo da União Soviética na derrota do nazismo. No entanto, o artigo acaba por incorrer exatamente no erro que pretende denunciar, ao reeditar a exaltação do maior falsificador da história soviética: José Stálin.

Em seu texto, Pinheiro tentar substituir uma mentira por outra, atribuindo a derrota do nazismo ao “grande líder” José Stálin — como se sua liderança tivesse sido a força motriz da resistência. Na realidade, o nazismo foi derrotado pela mobilização popular nos países ocupados, por revoluções e pelo heroísmo da classe operária e dos camponeses soviéticos.

O autor menciona, com razão, o pacto firmado entre Alemanha e Japão e depois pela Itália, apontando a unidade das potências imperialistas contra a União Soviética. É correto reconhecer o papel central da URSS na política mundial daquele período. No entanto, é um erro fundamental confundir o Estado Operário com a burocracia stalinista que o dominava.

A burocracia — e Stálin em particular — agiu como um freio à revolução mundial. Seus acordos com o imperialismo e sua política de conciliação comprometeram não apenas a defesa da União Soviética, mas a luta dos trabalhadores em escala internacional.

Pinheiro também relembra o Acordo de Munique, de 1938, no qual França e Inglaterra entregaram os Sudetos a Hitler sem resistência. No entanto, utiliza esse episódio para justificar o pacto Molotov-Ribbentrop de 1939 — uma tentativa de Stálin de adiar o conflito com o nazismo.

Confundir a capitulação da burocracia com uma tática de guerra legítima é ignorar que esse pacto facilitou a ofensiva nazista inicial e teve consequências desastrosas para os povos da Europa.

A omissão mais grave do artigo está em ignorar a derrota inicial do Exército Vermelho sob o comando de Stálin, na Operação Barbarossa. A política stalinista, que dizimou oficiais e sufocou qualquer iniciativa independente, quase levou à destruição completa das forças soviéticas. A virada só ocorreu graças à mobilização espontânea das massas — trabalhadores e camponeses que resistiram apesar, e não por causa, da orientação burocrática.

O autor reconhece, ainda que superficialmente, a importância das resistências armadas em toda a Europa. Mas é necessário dizer mais: a luta armada era expressão de uma onda revolucionária mundial. Essa mesma onda foi esmagada, país após país, pelas políticas de colaboração da burocracia soviética com o imperialismo.

Na China, por exemplo, a aliança promovida por Stálin entre os comunistas e Chiang Kai-shek resultou em massacres brutais. Assim como ocorreu na Alemanha, na Espanha e em outros focos revolucionários do período.

Pinheiro encerra seu artigo creditando a Guerra Fria à campanha antissoviética do imperialismo. Contudo, é preciso afirmar que Stálin teve papel ativo em permitir essa ofensiva. Foi graças à sua colaboração com o setor mais reacionário do imperialismo — como nas conferências de Ialta e Potsdam — que o mundo foi dividido e a revolução, contida.

Stálin não apenas colaborou: selou acordos que permitiram atrocidades como os bombardeios nucleares sobre Hiroshima e Nagasáqui. Enquanto a classe operária derrotava o fascismo nas trincheiras, Stálin negociava com os algozes da humanidade.

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