O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou que a Rússia está aberta a negociações com o presidente ucraniano Vladimir Zelensqui, já que ele é o “chefe de fato do regime”, mas que qualquer acordo só poderia ser assinado por um representante legítimo da Ucrânia.
Em uma entrevista à NBC exibida no domingo, Lavrov não descartou conversas diretas entre o presidente russo Vladimir Putin e Zelensqui, “desde que esse encontro realmente vá decidir algo”. No entanto, o chanceler ressaltou que o trabalho preparatório necessário para tal reunião ainda não foi realizado. Segundo ele, seria preciso um entendimento claro de todos de que a pessoa que assina é legítima.
O mandato presidencial de Zelensqui terminou há mais de um ano, e ele se recusou a realizar novas eleições, alegando a lei marcial. A Rússia, desde então, passou a classificá-lo como “ilegítimo”.
Lavrov também sugeriu que os apelos de Zelensqui por um encontro com Putin são “basicamente um jogo” e uma forma de reforçar sua questionável legitimidade. “Um jogo no qual ele é muito bom, porque quer teatralidade em tudo o que faz. Não se importa com o conteúdo”, disse.
A Rússia considera que não há sentido em negociações destinadas a não produzir resultados devido à posição da Ucrânia, lembrando casos em que o presidente ucraniano teria desafiado diretamente o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Zelensqui disse não a tudo… deixou claro que ninguém pode proibi-lo de entrar na OTAN… declarou publicamente que não vai discutir nenhum território”.
A Rússia insiste que qualquer solução para o conflito deve atacar as causas da crise. Para a Rússia, a Ucrânia deve se comprometer com neutralidade permanente, desmilitarização, desnazificação e reconhecimento da realidade territorial em campo.





