As marinhas da China e da Rússia deram início neste domingo (3) à fase marítima principal do exercício naval conjunto “Joint Sea-2025”, nas águas próximas a Vladivostok, no extremo oriente russo. Segundo o jornal chinês Global Times, a atividade envolve treinamento em diversas áreas, incluindo defesa aérea, guerra antissubmarino, resgate submarino e combates navais com fogo real.
De acordo com o veículo estatal chinês, as embarcações das duas potências zarparam ainda na madrugada, por volta das 5h, com apoio de rebocadores e equipes portuárias russas. A China enviou os destróieres lança-mísseis Type 052D Shaoxing e Urumqi, além do navio de resgate Xihu. Do lado russo, participaram o grande navio antisubmarino Almirante Tributs, a corveta Rezky e o navio de resgate Igor Belousov.
Conforme relatado pela conta oficial China Bugle, ligada ao Centro de Mídia das Forças Armadas chinesas, as embarcações se organizaram rapidamente em uma formação mista China-Rússia e navegaram em direção à zona de operações. No caminho, estabeleceram canais de comunicação e compartilharam informações vitais, como condições meteorológicas e de tráfego marítimo e aéreo.
Antes da partida, os comandantes dos dois países realizaram um ensaio estratégico com base em mapas, discutindo estrutura organizacional, coordenação das forças e protocolos de segurança. Também ocorreram intercâmbios técnicos sobre ofensiva e defensiva submarina, bem como operações de resgate em profundidade.
O exercício, que se estende por três dias, faz parte do plano anual de cooperação militar entre China e Rússia. Segundo declarou o coronel sênior Zhang Xiaogang, porta-voz do Ministério da Defesa chinês, as manobras “não são direcionadas contra nenhuma terceira parte” e “não têm relação com a situação internacional ou regional atual”.
Wang Yunfei, especialista militar ouvido pelo Global Times, afirmou que os exercícios navais conjuntos são frequentes e cada edição incorpora treinamentos diferentes, com o objetivo de “melhorar a capacidade de coordenação e interoperabilidade entre as duas marinhas, além de aprofundar os laços bilaterais”.
Wang destacou ainda que a inclusão de operações com submarinos revela o grau de confiança mútua entre os dois países. “A condução de treinamentos envolvendo submarinos é um sinal evidente do fortalecimento dos laços e da confiança entre os militares chinês e russo”, afirmou o especialista.
A emissora estatal chinesa CCTV acrescentou que, ao término da operação “Joint Sea-2025”, está prevista uma patrulha naval conjunta no Pacífico Ocidental. Segundo a CCTV, esta é a décima edição da série de exercícios, iniciada em 2012, que se tornou uma “plataforma importante para a cooperação marítima sino-russa”.




