O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov, destacou, nesta sexta-feira (25), que o conflito na Ucrânia dificilmente será resolvido em 100 dias, a menos que os Estados Unidos mudem a política.
Segundo o jornal norte-americano Wall Street Journal, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teria encarregado Keith Kellogg, seu enviado especial para a Rússia e a Ucrânia, de buscar uma resolução para o conflito em até 100 dias.
Ao conversar com jornalistas, Ryabkov enfatizou que qualquer progresso significativo dependerá de uma abordagem mais realista por parte dos EUA. “Gostaria primeiro de entender qual base os americanos pretendem usar para avançar rumo a um acordo”, disse o vice-ministro, conforme a agência de notícias russa TASS. “Se for baseada nos sinais que ouvimos recentemente, isso não funcionará, nem em 100 dias, nem em um prazo mais longo”.
Durante sua campanha presidencial, Trump reiterou que, caso fosse reeleito, encerraria o conflito em apenas 24 horas. Contudo, próximo à sua posse, ele ajustou esse prazo, declarando que buscaria uma solução em seis meses. Agora, o líder norte-americano afirma estar disposto a se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin, o mais breve possível para discutir um cessar-fogo.
Em uma conferência do Fórum Econômico Mundial, realizada por videoconferência na Suíça, Trump sugeriu que a redução dos preços globais do petróleo, com ajuda da Arábia Saudita e da OPEP, poderia ser um fator decisivo para enfraquecer as receitas russas e acelerar o fim do conflito. Entretanto, em entrevista à Fox News, ele também ameaçou impor novas sanções contra Moscou, caso a Rússia não avance rapidamente em um acordo.
Porta-voz do Crêmlin, Dmitry Peskov confirmou que Putin está disposto a dialogar com Trump, ressaltando que Moscou aguarda iniciativas concretas dos EUA. Autoridades russas têm reiterado sua disposição para negociações de paz, ao mesmo tempo em que acusam Quieve de evitar retomadas sérias das conversas.
Desde o início do conflito, há três anos, a Rússia tem denunciado o apoio militar do imperialismo à Ucrânia, argumentando que isso apenas prolonga os combates. Os russos também alertam que o aumento do envolvimento das potências imperialistas no conflito eleva os riscos de um confronto direto entre a Rússia e a OTAN.