Análise Política da Semana

Rui Pimenta sobre direita que processa o PCO: ‘são umas mocinhas’

Presidente do PCO comentou ato de 7 de outubro, acordo de cessar-fogo e provocações contra a Venezuela

Na Análise Política da Semana deste sábado, Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), discutiu uma vez mais a questão da liberdade de expressão, e a relacionou a um problema mais amplo: o declínio da “democracia” como forma de regime. Ele argumentou, citando o revolucionário Leon Trótski, que, em momentos de crise, a própria burguesia se volta contra o regime democrático, pois este não mais atende às suas necessidades.

Pimenta traçou um panorama histórico, lembrando que, após a Segunda Guerra Mundial, o imperialismo buscou impor ditaduras “fascistas, criminosas e sanguinárias” para conter movimentos revolucionários. Ele citou o golpe no Irã em 1954, a política de golpes na América Latina e o assassinato de Patrice Lumumba no Congo. Segundo ele, a “democracia” que se seguiu a partir da década de 1970 foi apenas “uma fachada” para a “expropriação e confisco dos trabalhadores”, um pacto que preservou os interesses dos criminosos das ditaduras e da burguesia.

Atualmente, Pimenta vê um “esgotamento da política democrática do imperialismo”, com a falência generalizada dos partidos políticos na Europa e no Brasil. Ele apontou para a atuação do Judiciário no Brasil como um sinal de esgotamento do regime político, com a censura e a perseguição a opositores. Nesse cenário, a defesa de “reivindicações democráticas, adquiriram um caráter revolucionário”, pois confrontam diretamente a burguesia em decadência.

Uma parte significativa da análise foi dedicada à repercussão do ato do PCO em defesa da Palestina, realizado em 7 de outubro. Pimenta criticou a maioria da esquerda brasileira por não se pronunciar sobre a  Operação Dilúvio de Al-Aqsa ou por demonstrar medo da pressão sionista. Ele chamou essa reação de “capitulação permanente diante da direita”.

O dirigente do PCO desqualificou o ataque da direita à manifestação, chamando-a de “direita trans” ou “direita Érika Hilton”, uma referência ao que ele considera um comportamento histérico. “É tudo escândalo, é tudo gente chocada… É uma frescuraiada que não acaba nunca mais. São umas mocinhas”, disse. Pimenta ironizou as acusações de que os manifestantes do PCO teriam apoiado crimes, lembrando que a mesma direita defende o sionismo.

Pimenta defendeu a afirmação do presidente do Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal), Ahmad Shehada, que disse que os brasileiros que atuam no exército de “Israel” são bandidos. “Se você está nesse exército, você é um criminoso, você é bandido”, declarou, acrescentando que “os brasileiros que estão lá são tão ruins quanto os outros.”

Ele também rebateu a “campanha de desinformação” sobre a vitória do Hamas, que, segundo ele, saiu por cima da situação ao negociar a libertação de prisioneiros sionistas em troca de palestinos e ao não abandonar as armas.

Pimenta direcionou críticas duras ao Partido dos Trabalhadores (PT), especialmente a declaração do senador Jaques Wagner, que disse que “o Hamas deve ser exterminado”. Para o dirigente do PCO, a ausência de reação da esquerda a essa fala demonstra uma “capitulação absoluta diante do sionismo”, que ele considera uma ideologia nazista.

Ele também questionou a tese de que o Hamas foi criado por “Israel” para combater o Fatá. Pimenta rechaçou essa ideia, defendida por setores que se dizem de esquerda, como uma “ideia que só pode passar pela cabeça de malucos ou logicamente de pessoas venais”.

A discussão se expandiu para a Venezuela, com a concessão do Prêmio Nobel da Paz a María Corina Machado. Pimenta classificou-a como uma “mulher que é corrupta, golpista”, e que o prêmio é um “tiro de largada de uma intervenção militar direta na Venezuela”. Ele alertou para a falta de resposta da esquerda brasileira diante da situação, com Lula se declarando “neutro” diante da mobilização militar dos EUA.

Ao analisar a política interna, Pimenta comentou a derrota do governo Lula na questão dos impostos, que ele interpretou como uma “declaração explícita e clara da burguesia contra a reeleição do Lula”. Ele também apontou a CPI do INSS como uma ferramenta de desgaste da candidatura petista. Ele concluiu que o cenário político se define e mostra a fragilidade da ideia de que Lula ganhará a eleição.

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