Durante o programa Análise Internacional, transmitido pelo canal Diário Causa Operária (DCO) no YouTube, Rui Costa Pimenta analisou as contradições do governo de Donald Trump e a situação dos governos árabes frente ao imperialismo. O presidente nacional do PCO destacou como Trump, que se apresentou como um líder contrário às guerras, acaba agora iniciando novos conflitos. “O homem que queria acabar com as guerras começa outra guerra”, afirmou Pimenta, referindo-se ao envolvimento dos Estados Unidos na crise com o Ansar Alá, no Iêmen.
Segundo o dirigente, Trump enfrenta pressões tanto de sua base direitista quanto da oposição, o que cria contradições em sua política externa e pode levar seu governo a um impasse. Ele comparou a situação do ex-presidente norte-americano a um navio em alto-mar enfrentando uma tempestade: “ele pode tentar fazer alguma coisa, mas quem manda é o mar, o vento, a chuva”.
Pimenta também apontou que o governo Trump, apesar de suas aparentes dificuldades, ainda é um fator de contenção relativa para os setores mais agressivos do imperialismo. “Se ele cai, voltam os democratas… e aí a violência, a censura, as guerras vão a mil por hora”, disse, destacando que a política externa dos democratas não enfrenta as mesmas contradições e tende a ser ainda mais belicista:
“Isso mostra que não adianta você querer alguma coisa. O presidente do país mais poderoso do mundo tem que navegar no meio da tormenta, ele não tem controle direto da situação. É como um navio em alto-mar que pega uma forte tempestade — ele pode tentar fazer alguma coisa, mas quem manda é o mar, o vento, a chuva.
A situação do governo Trump é delicada, o que mostra também que é um governo fraco, não um governo forte e consistente. Isso pode levar a uma liquidação do governo Trump, o que não necessariamente é uma boa coisa, porque se ele cai, voltam os democratas, todas essas contradições são suprimidas, a violência, censura, as guerras vão a mil por hora. O Trump tá no meio de contradições, mas os democratas não têm essas contradições, eles vão tocar fogo no mundo.
O próprio acordo da Ucrânia, eles conseguiram colocar isso num pântano. É óbvio que o Trump quer um acordo, mas ele não sai porque a pressão do imperialismo é muito grande pra não sair.”
Outro ponto abordado no programa foi a relação entre governos árabes e a causa palestina. Pimenta ressaltou a distinção entre os povos da região, que apoiam firmemente os palestinos, e seus governos, que estão subjugados ao imperialismo. “A Jordânia é um governo que está completamente vendido para o imperialismo. O Líbano tem um governo totalmente sob o controle do imperialismo”, afirmou.
Ele também mencionou o Egito, Arábia Saudita e outros países da região como marionetes do domínio estrangeiro, apesar de tentarem manter uma aparência de apoio aos palestinos por meio de gestos simbólicos, como o envio de ajuda humanitária. No entanto, o apoio popular à causa palestina segue forte.
“A causa palestina está no coração de todos os árabes”, declarou Pimenta, mencionando as diversas manifestações que ocorreram na região, inclusive sob regimes autoritários como o do Egito. Ele destacou que somente em países como Arábia Saudita, Emirados Árabes e Catar não houve grandes mobilizações, devido ao caráter artificial e repressivo desses regimes.