Entrevista

Rui Pimenta: sem apoio do imperialismo, STF nunca teria tal poder

Presidente do PCO participou de mais um programa dirigido por Leonardo Attuch, editor do Brasil 247

Nesta sexta-feira (29), em entrevista a Leonardo Attuch, Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), iniciou a sua análise discutindo a escalada de tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela. O presidente do PCO, embora reconheça a existência de uma “guerra psicológica”, alertou que “em nenhuma situação a gente pode descartar a ação militar norte-americana”. A respeito da postura do governo brasileiro frente à crise, Pimenta teceu críticas contundentes: “o governo se limitou a algumas declarações. Eu inclusive nem vi nota do Itamaraty a respeito”. Para ele, a resposta do governo de Luiz Inácio Lula da Silva foi “muito fraca” e “contrasta com a propaganda que o governo Lula está fazendo de que está defendendo a soberania”. Pimenta argumenta que o Brasil deveria ter adotado uma posição mais enérgica, convocando uma reunião de emergência com governos sul-americanos e protestando na Organização das Nações Unidas (ONU).

Ao comentar a política externa de Lula, que tem buscado se aproximar de governos de direita como os do Equador e do Panamá, Rui Costa Pimenta afirmou: “a política do governo brasileiro é uma política de aproximação com o imperialismo. Disso aí não há dúvida nenhuma”. Para Pimenta, a revista The Economist, porta-voz do imperialismo, corrobora essa tese. Ele destacou que a capa da revista, que elogia a atuação da justiça brasileira na repressão ao bolsonarismo, evidencia que “o imperialismo não ia atacar” o ex-presidente Donald Trump dessa maneira, caso ele representasse uma de suas alas. “Eles estão pedindo, na verdade, que nos Estados Unidos haja repressão contra o trumpismo”.

A entrevista dedicou um tempo significativo para a análise da crise política brasileira. Rui Costa Pimenta argumentou que o governo de Lula e o do ex-presidente Jair Bolsonaro são “meio fantasmagóricos” e que o regime político brasileiro é “muito mais autoritário do que o regime político norte-americano do ponto de vista formal”. Ele afirmou que a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) no Brasil é “ilegal” e que se respalda no imperialismo. “Sem esse apoio que agora ficou explícito, o STF nunca teria o poder que tem no Brasil hoje”, disse Pimenta.

Ao ser questionado sobre o apoio de metade da população ao bolsonarismo, Rui Costa Pimenta explicou que o movimento “é o grande beneficiário do caráter profundamente autoritário e predatório do regime político brasileiro”. Ele ressaltou que a população “não gosta do regime” e que o bolsonarismo canaliza esse sentimento de insatisfação. Pimenta criticou a perseguição a Bolsonaro, chamando-a de “fantasia”. Para ele, a prisão “pode até conter temporariamente uma força política, mas derrotar definitivamente é difícil”, e citou o exemplo de Nelson Mandela: “cadeia não derruba ninguém, pelo contrário, transforma a pessoa num numa lenda, num mito”.

A análise se estendeu à Europa, onde Pimenta enxerga um “desmoronamento dos regimes ditos democráticos europeus”. Ele mencionou a condenação e inelegibilidade de Marine Le Pen na França e o agravamento da crise na Alemanha e Inglaterra. “O objetivo é manter viva a democracia liberal, mesmo sacrificando todos os direitos democráticos”, comentou.

Sobre a lei que estabelece o “controle parental” na internet, a Lei Felca, Pimenta a chamou de “uma farsa”. Ele disse que proibir o acesso à pornografia para jovens é uma ilusão, pois “tudo que é proibido é mais atraente”. Ele também comentou que a sexualização precoce não vem da Internet, mas de uma sociedade que a cultiva em vários meios, incluindo a televisão e a música.

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