Em entrevista concedida à TV 247 nesta sexta-feira (26), o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, avaliou as recentes turbulências envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Para ele, o Brasil testemunha uma “briga de cachorro grande” onde o ministro, antes um instrumento da burguesia para conter o bolsonarismo, tornou-se agora um alvo do próprio sistema que o sustentou.
Pimenta defendeu que as denúncias veiculadas pela rede Globo sobre contratos milionários envolvendo o escritório da esposa do ministro não são meros boatos. Segundo ele, o embate reflete um conflito direto com os grandes bancos brasileiros após a liquidação do Banco Master pelo Banco Central.
Para o presidente do PCO, a atual crise indica que o poder acumulado pelo STF começou a incomodar os verdadeiros “donos do regime”. Ele traçou um paralelo histórico com outras figuras do judiciário que ganharam notoriedade e depois foram isoladas.
“Tudo dá a impressão de que o reinado do Alexandre de Moraes estaria chegando ao fim. Um juiz nunca é o dono do regime político, ele é sempre um serviçal. Se ele tem muito poder, já começa a incomodar as pessoas que são os verdadeiros donos do regime”, afirmou Pimenta.
Ele comparou o destino de Moraes ao de Sérgio Moro e Joaquim Barbosa, sugerindo que o grande capital utiliza agentes para missões específicas e os descarta quando se tornam politicamente onerosos ou tentam “levantar voo” próprio.
O ponto central da análise de Pimenta gira em torno do Banco Master e da atuação do Banco Central, agora sob a liderança de Gabriel Galípolo. O dirigente afirmou que Moraes teria atravessado uma “linha vermelha” ao supostamente pressionar o BC em favor da instituição financeira, colidindo com os interesses dos grandes bancos (Itaú, Bradesco, Santander).
Rui Pimenta reconhece que há uma campanha orquestrada para derrubar o ministro, mas acredita que ela se baseia em dados concretos. “É uma armação, mas não quer dizer que as denúncias sejam falsas. O sistema aceita bem a corrupção, o problema aqui é outro: Alexandre de Moraes incomodou os bancos no bolso”, disparou.
Pimenta criticou diretamente os setores da esquerda que saíram em defesa cega de Moraes. Ele classificou essa postura como um “desserviço” e um erro estratégico.
“A esquerda ficou sócia de juízes que pisoteiam a Constituição. É indefensável. Não é porque a Globo denunciou que você tem que falar que é tudo mentira. Defender o Alexandre de Moraes é um Titanic que vai naufragar”, alertou.
Pimenta argumentou que Moraes já cumpriu o papel esperado pela burguesia — tornar Bolsonaro inelegível e avançar com a censura — e que agora sua “serventia” chegou ao fim para o grande capital.
Assista à entrevista na íntegra no canal da TV 247:





