Exibida excepcionalmente nesta semana na quarta-feira (29), o programa Análise da 3ª, da Rádio Causa Operária, iniciou com a discussão sobre o resultado eleitoral na Argentina, em que o partido de Javier Milei obteve cerca de 40% dos votos. Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), afirmou que “o que aconteceu foi que o Trump comprou a eleição Argentina. Isso na melhor das hipóteses, porque pode ter acontecido muita coisa que a gente não sabe”. O dirigente defendeu ainda que Milei é um “representante da política que o imperialismo quer para a América Latina” e que sua vitória é resultado de uma ação combinada entre Trump e o imperialismo.
Ao comentar a tentativa de sequestro do presidente venezuelano Nicolás Maduro e o envolvimento da CIA, bem como a disposição de Lula em mediar o conflito entre o imperialismo e a Venezuela, Pimenta questionou a possibilidade de mediação diante de uma ameaça direta:
“Sinceramente, não sei o que mediar, são cidadãos chegando à porta da sua casa armados e falam ‘vou te matar’. Como é que se vai mediar?”
A reunião entre Lula e Trump foi ironizada por Rui Costa Pimenta, que não viu “nenhum resultado concreto anunciado”, apesar da celebração por setores petistas. O dirigente mencionou que a postura de parte do PT é como a de “torcedores fanáticos”, que “gritam vitória em todas as oportunidades”. Ele duvidou da eficácia de acordos baseados em “simpatia”, sugerindo que se houver resultado, é porque “o Brasil fez alguma concessão muito grande.”
O ponto mais dramático da análise foi a violenta operação policial no Rio de Janeiro, que resultou em mais de 100 mortes (o número de 134 foi citado durante o programa). Rui Costa Pimenta classificou a ação como um “crime do Estado” e “selvageria”.
O presidente do PCO argumentou que o alto número de mortos é inexplicável como mero “enfrentamento”:
“Você não sabe por que matam 130 pessoas. Isso aí não é normal, não é justificável.”
Ele sustentou que a ação tem a aparência de “execução, é um massacre, é uma chacina”, e não de confronto, e criticou a comemoração da direita e de figuras públicas como Nikolas Ferreira, que chamou a ação de “maior faxina da história do Rio de Janeiro”.
Em relação à legalização das drogas como forma de combate ao crime, Pimenta foi enfático, dizendo que seria “infinitamente mais eficiente” do que a repressão, pois o que alimenta o crime é o “mercado de consumo de drogas”, com o maior mercado sendo os Estados Unidos.
Rui Costa Pimenta defendeu que a polícia não pode ter “carta branca pra sair por aí matando gente” e destacou que a violação do devido processo legal contra qualquer grupo abre caminho para a “preparação para a ditadura” e para a selvageria contra a população em geral.





