Por fim, na Análise Internacional de 2 de outubro, Rui Costa Pimenta afirmou que o plano de cessar-fogo apresentado por Donald Trump e Benjamin Netaniahu representa a tentativa de completar o genocídio contra o povo palestino. “As melhores frases sobre isso vieram do George Galloway. Primeiro, ele disse que o plano de Trump é para completar o genocídio. Concordo totalmente. A segunda frase é que Trump escolheu Tony Blair porque o diabo não estava disponível”, destacou.
Pimenta observou que o plano é “criminoso e ilegal”, chegando a ser mais reacionário que a proposta anterior de Emmanuel Macron, que previa a criação de dois estados, sendo o palestino uma ficção. O novo arranjo, afirmou, “transforma a Faixa de Gaza em um protetorado, uma colônia” e prevê o desarmamento do Hamas. “Qualquer pessoa com sanidade mental sabe que isso é um suicídio”, disse.
O dirigente destacou ainda que a posição do governo brasileiro foi “espantosa”. Segundo ele, “o governo nem esperou a repercussão geral e, na pessoa de Mauro Vieira, aplaudiu o plano de Trump. Ninguém é tão burro a ponto de concordar com um plano desses, nem por ideologia, nem por avaliação política. É impossível que não tenha havido negociação nos bastidores”.
Para Pimenta, a adesão do Brasil a esse tipo de proposta mostra uma política de adaptação ao imperialismo. “Primeiro, o governo classificou o 7 de outubro como um atentado terrorista. Qualquer diplomata sabe que isso não é verdade. Um povo submetido a uma situação extrema tem o direito de se levantar contra seus opressores. O governo brasileiro assumiu um posicionamento contra o Hamas e contra a resistência de um povo oprimido”, afirmou. Ele lembrou que o Brasil apoiou também o plano de Macron e agora chancela o de Trump, o que evidencia “um conjunto de fatos que mostram a política do governo brasileiro”.
O presidente do PCO ressaltou que Lula “fez um acordo com o imperialismo visando a sua sobrevivência eleitoral”. Na sua análise, a política externa brasileira está “sequestrada pela debilidade do governo” e aposta numa aliança com o imperialismo para administrar as contradições internas. “O plano de Trump é o plano que o imperialismo quer. Isso é um registro da fraqueza do governo Lula, incapaz de ter uma posição independente”, completou.
Pimenta ainda afirmou que a posição do governo em relação à resistência palestina é “caluniosa”. “O ato do Hamas foi um movimento de resistência. Mesmo que o exército israelense fosse humanitário (o que não é), a ocupação é criminosa e ilegal do ponto de vista do direito internacional. A posição do Lula não é apenas errada do ponto de vista do direito, é uma calúnia”, afirmou, destacando que as acusações de massacre feitas contra o Hamas no 7 de outubro foram propaganda sionista amplamente desmentida.





