Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), denunciou o que chamou de “crime contra a população” cometido pelo Judiciário brasileiro, que nega medicamentos de alto custo aos cidadãos alegando a “sustentabilidade do SUS”, enquanto o Estado destina trilhões aos bancos. A denúncia foi feita durante o programa Análise da 3ª Especial, transmitido no último sábado (1º), onde Pimenta também analisou a chacina policial no Rio de Janeiro como uma “execução em massa” e criticou a censura sofrida pelo canal Causa Operária TV (COTV).
O programa iniciou abordando a suspensão da Causa Operária TV no YouTube por duas semanas devido a uma publicação antiga sobre a Palestina. Rui Costa Pimenta criticou duramente a esquerda, incluindo o PT, por apoiar a censura e a política do STF em relação às redes sociais como um todo. “Quando a gente falou que iam utilizar a censura na internet para censurar a esquerda, eles desdenharam porque são muito inteligentes”, disse. Ele destacou que, hoje, milhões de pessoas no mundo estão sendo censuradas por falar sobre Gaza, provando seu ponto.
A chacina no Rio de Janeiro
O tema principal da análise foi a operação policial no Rio de Janeiro que resultou em mais de 130 assassinatos. Pimenta rejeitou a versão de “combate ao crime”, classificando-a como “ficção” e “pura propaganda” da imprensa para justificar o massacre. “O que aconteceu foi uma execução em massa”, afirmou, comparando o evento ao massacre do Carandiru. “Eles mataram mais do que no Carandiru […] Esse daqui é um Carandiru piorado”.
Segundo o presidente do PCO, a imprensa atua para “ocultar esse crime”, que é “monstruoso”. Ele também criticou o argumento de que as vítimas eram “bandidos”. “Não tem importância quem que eles mataram. Não tem a menor importância. Não pode fazer. Não está na lei. Policial não é Deus”, declarou. Pimenta argumentou que o “combate ao crime” é uma farsa, pois o próprio Estado é “o crime organizado”, e que a operação foi, na verdade, um “massacre da população pobre”.
Rui Costa Pimenta citou o depoimento do deputado bolsonarista Otony de Paula (MDB-RJ), que denunciou que quatro jovens de sua congregação, que “nunca seguraram um fuzil”, foram assassinados no ataque policial. Para Pimenta, isso demonstra a capitulação da esquerda, que não fez uma denúncia tão enfática quanto um deputado de direita. Ele definiu o episódio como uma “virada na situação política” e um “lampejo da ditadura feroz” que está sendo preparada por figuras como Cláudio Castro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O Judiciário e o ‘direito de morrer’
Na segunda parte do programa, Rui Costa Pimenta expôs a batalha legal que sua família enfrenta para obter um medicamento essencial para a vida de sua filha, Natália Pimenta, que sofre de um tipo raro de leucemia. O tratamento com o remédio, único disponível, custa entre R$2,5 e R$3 milhões para alguns meses e possui aprovação expressa da FDA (agência reguladora dos Estados Unidos), apesar de não ter registro na Anvisa.
Ele explicou que tanto a Constituição (Art. 196) quanto o próprio STF (Tema 500) garantem o fornecimento de “medicamentos órfãos” para doenças raras em situações como essa. No entanto, o Judiciário negou o pedido.
Segundo Pimenta, a juíza primeiro apresentou exigências burocráticas “copia e cola”, que a família cumpriu, mas na decisão final, que “demorou exatos 16 minutos” para ser proferida, ela revelou o verdadeiro motivo: o “altíssimo custo” do medicamento. Em sua decisão, a juíza alegou que a “alocação desproporcional de recursos compromete o equilíbrio do sistema” e a “sustentabilidade financeira do Sistema Único de Saúde”.
O presidente do PCO classificou a justificativa como uma “farsa” e “picaretagem”. “Não pode gastar dinheiro para salvar a vida de um brasileiro. Sabe por quê? Porque o dinheiro tem que ir para os bancos”, afirmou. “Os bancos abocanharam metade do orçamento federal […] quase R$ 1 trilhão de reais [em juros]”.
Pimenta concluiu que o sistema trata o povo “como lixo” e que o Judiciário é uma “bandalheira”. Ele contrastou a negação do remédio com os gastos do poder público, citando o relógio de pelo menos R$187 mil (segundo a Veja) do ministro Alexandre de Moraes. “Se você somar os relógios de todos os membros do STF, dá para pagar esse remédio aqui”, disse. Ele finalizou pedindo o reforço da campanha pela liberação do medicamento: “nós temos que fazer barulho […] E essa campanha não é só por nós, é por todo mundo”.
Você pode assinar o abaixo-assinado em defesa da vida de Natália Pimenta por meio deste link.





