Em sua entrevista semanal a Leonardo Attuch, na TV 247, na sexta-feira (24), o presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, analisou a conjuntura política, com foco na América Latina, nas eleições brasileiras de 2026 e, por fim, fez um apelo de solidariedade para sua filha, Natália Pimenta, dirigente nacional do Partido.
Rui Costa Pimenta expressou grande preocupação com o cenário na América Latina, classificando-o como “muito complexo, muito difícil”. O dirigente do PCO destacou a vitória de forças “abertamente pró-imperialista na Bolívia”, após a cassação da candidatura de Evo Morales, e o “golpe dentro do golpe no Peru”, que, segundo ele, reforça o fujimorismo.
Em uma análise mais ampla sobre o continente, Pimenta afirmou que “o imperialismo, os banqueiros, os especuladores estão passando o rodo nas eleições da América do Sul com golpes” para alinhar o subcontinente com a política neoliberal.
Ao ser questionado por Attuch sobre a ameaça do presidente norte-americano Donald Trump à Venezuela e sobre a possibilidade de um encontro com o presidente Lula, Pimenta observou que, apesar da política do PT ser de “neutralidade pró-imperialista”, no caso da Venezuela, a situação poderia aproximar o Brasil daquele país.
Pimenta manifestou sua visão de que “o PT de conjunto está dando uma forte guinada à direita”. Ele citou exemplos como a declaração do senador Jaques Wagner, de que “o Hamas tem que ser exterminado”, e a proposta do senador Fabiano Contarato de prolongar a prisão de menores de idade, que considera uma “proposta típica da direita”.
Sobre as eleições de 2026, Pimenta relativizou as pesquisas que mostram Lula como favorito à reeleição, afirmando que, apesar de que elas poderiam “estar retratando a realidade”, “o governo Lula é frágil” e o presidente poderia “ser muito atacado” e forçado a adotar uma política mais agressiva de neoliberalismo, pois “o imperialismo precisa dessa política” devido ao fato de que “situação econômica mundial é gravíssima.”
A respeito da política em geral, Pimenta reafirmou sua crítica ao antipetismo, que considera uma “política reacionária”, e ao ex-governador Ciro Gomes, que, ao se filiar ao PSDB, apenas confirmou que “ele sempre foi do PSDB”.
Na parte final da entrevista, Pimenta fez um apelo por apoio na luta pela vida de sua filha, Natália Pimenta, importante dirigente do PCO e vice-presidente do Instituto Brasil Palestina (Ibraspal). Natália está enfrentando uma leucemia, resultado de uma metástase de um câncer anterior e de um tratamento de quimioterapia.
O dirigente do PCO explicou que sua filha precisa de um medicamento novo, adaptado à mutação do seu câncer, aprovado pela FDA norte-americana, mas que o sistema de saúde brasileiro está negando o acesso por conta de um “obstáculo burocrático” envolvendo o tipo de aprovação do remédio. Ele criticou a indústria farmacêutica, classificada como “uma coisa monstruosa”, e o sistema judiciário, que negou a liminar, criando um “esquema burocrático para dificultar a compra do remédio pelo Estado brasileiro”.





