Na última edição da Análise da 3ª, transmitida nesta terça-feira (16) pela Rádio Causa Operária, o presidente nacional do Partido da Causa Operária, Rui Costa Pimenta, analisou a situação política na Inglaterra, onde uma manifestação massiva de mais de 100 mil pessoas em Londres, em defesa da liberdade de expressão, evidenciou a crescente mobilização da extrema direita. Para ele, essa manifestação é uma resposta direta à política repressiva do governo de Keir Starmer.
“A gente vê por esse ato que quem alimenta a extrema direita são os partidos chamados de centro, da ‘democracia’. É a política do Starmer. Não começou com ele, mas certamente ele deu um brilho nessa política de repressão total na internet. 30 pessoas são presas por dia por postagens na internet. Eles estão jogando gasolina na fogueira da extrema direita. É preciso ver o dia em que isso vai ser percebido mais amplamente, aqui no Brasil principalmente.”
O presidente do PCO criticou a fala de Starmer, que afirmou que a Inglaterra enfrenta “a luta de sua vida contra a divisão tóxica mostrada na manifestação”. Pimenta ironizou sua fala, dizendo:
“Essa conversa do Starmer, ninguém pode levar a sério, não é sério, porque o partido trabalhista não está dividindo o país? Não está perseguindo gente? Não está botando gente na cadeia? Não persegue manifestações em apoio à Palestina?”
Pimenta interpretou a mobilização na Inglaterra como parte de um novo estágio da radicalização da extrema direita. Ele traçou paralelos com o avanço de figuras como Éric Zemmour na França e José Antonio Kast no Chile.
“Estamos diante da segunda linha de radicalismo da extrema direita”, afirmou, comparando figuras como Tommy Robinson com o mais tradicional Nigel Farage. “É um passo a mais à direita. É muito interessante tudo isso porque é um sintoma claro de decomposição do regime político”.
Para Pimenta, a solução para enfrentar esse avanço não pode vir de uma esquerda reformista. Ele citou a iniciativa de Jeremy Corbyn de formar um novo partido no Reino Unido, mas alertou para a necessidade de uma orientação revolucionária.
“No Reino Unido, é necessária uma esquerda revolucionária que participasse da formação do ‘Seu Partido’, liderado pelo ex-trabalhista Jeremy Corbyn, com um programa revolucionário, que lutasse para que o partido fosse um partido operário, que lutasse para que o partido tivesse um programa verdadeiramente socialista.”
Sem isso, o partido de Corbyn corre o risco de ser esmagado pelo Partido Trabalhista.
A análise se aprofundou na situação norte-americana, onde a polarização e a repressão mútua entre a direita e o Partido Democrata se intensificaram. Pimenta classificou a guerra civil como uma “tendência da política norte-americana”, destacando a escalada de ataques e acusações entre os dois lados.
“A extrema direita iniciou uma campanha de denúncia do assassinato de Charlie Kirk, dizendo que são vítimas do discurso de ódio dos democratas. Trump sofreu duas tentativas de assassinato, Charlie Kirk foi morto e há outros casos. A direita ensaia também uma escalada repressiva.”
O caso do assassinato de Charlie Kirk, uma figura de destaque na direita, também foi debatido no programa. Pimenta levantou a hipótese de que a morte está ligada à mudança de postura de Kirk em relação ao sionismo: “ele era uma das principais vozes para defender a política sionista nos Estados Unidos. Ele não era uma pessoa secundária”.





