A edição da Análise Política da Semana desse sábado (26) começou, como de costume, com o debate sobre a liberdade de expressão. Em transmissão ao vivo pela Causa Operária TV (COTV), o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta destacou a aprovação de uma nova lei na Inglaterra que exige comprovação de idade para acesso a determinados conteúdos online, usando como pretexto a moralidade da classe média. Para ele, essa medida é “o começo de uma nova etapa do estrangulamento da Internet”. Pimenta argumentou que, embora comece com pornografia ou “imagens que possam chocar o espectador”, a proibição pode se expandir rapidamente:
“Amanhã tem aquele outro, aquele outro e aquele outro. Depois de amanhã tem mais um, mais dois, mais três, mais quatro. E quando você vê, você não pode ver nada na Internet.”
O dirigente questionou a hipocrisia por trás da preocupação com “imagens chocantes”, citando as “crianças morrendo de fome na faixa de Gaza” como resultado da política dos mesmos que promovem a nova lei. Ele enfatizou que “o Reino Unido é a vanguarda desse processo. É o país onde mais existe censura”, atribuindo essa intensificação da censura a uma “crise política sem precedentes na história do país”, acelerada pela questão palestina. Pimenta criticou a atuação de serviços de inteligência britânicos, como o MI5 e o MI6, descrevendo-os como “altamente criminosos”.
Ainda no âmbito da censura internacional, ele mencionou a remoção de milhares de canais ligados à Rússia e à China do YouTube, classificando-a como “a censura do bem em ação”. Pimenta reiterou que “toda essa censura é uma preparação para uma guerra” e que, no Brasil, o processo de censura “é defendido pela esquerda brasileira” e “implementado pela direita tradicional, uma direita que é ligada ao imperialismo”.
A análise seguiu debatendo a questão dos direitos democráticos no Brasil, citando o caso do médico obstetra Ricardo “Ric” Jones, que defende o parto humanizado e foi preso antes do trânsito em julgado de seu processo. Pimenta criticou a atuação do STF, afirmando que a Constituição, que prevê a presunção de inocência, “foi abolida pelos heróis da democracia, as as tartarugas ninja do STF”.
“Ele mexeu no bolso de um pessoal que ganha muito dinheiro e, portanto, ele está sendo perseguido politicamente”, sentenciou.
Outro caso importante apresentado foi o de Lucas Passos, um cidadão brasileiro condenado a 16 anos de prisão por “atos preparatórios de terrorismo” após pesquisar nomes de personalidades e instituições judaicas na Internet. Pimenta revelou que a acusação se baseou em “documentos em inglês da CIA, do FBI, do Mossad”, o que é ilegal. A situação se agravou com a intervenção do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que recorreu para restabelecer parte da pena de Passos, derrubada em segunda instância.
Pimenta criticou duramente a indicação de Gonet, descrito como um “lavajatista” e “pau mandado dos Estados Unidos”, para um cargo tão importante por parte do presidente Lula. Ele destacou que Gonet está “perseguindo um brasileiro a serviço das pessoas que estão matando as crianças, mulheres e civis na faixa de Gaza”.
No cenário internacional, Pimenta destacou como “espetacular” a notícia da criação de um novo partido político na Inglaterra, resultado do rompimento de uma ala esquerda do Partido Trabalhista com a sigla, unindo-se a Jeremy Corbyn. “É uma notícia de uma importância política gigantesca”, afirmou. Ele salientou que a ruptura não é apenas de parlamentares, mas de “uma parcela significativa dos sindicatos britânicos com o Partido Trabalhista”, como a Unite, que já endossou o novo partido.
A ascensão meteórica do novo partido de Corbyn, que em apenas um dia após seu lançamento já contava com 300 mil pessoas filiadas, superando o Partido Conservador (Tory) e o Partido da Reforma, foi classificada por Pimenta como “extraordinária”. Ele ressaltou as primeiras declarações do novo partido, que prometem “reestatizar todos os serviços e empresas essenciais que foram privatizadas” e não admitem “nenhum tipo de reforma do sistema de saúde”. Ele interpretou esse movimento como uma “crise, na minha opinião, sem precedentes no regime político britânico”.
Partindo para a política nacional, Pimenta criticou a iniciativa da “frente pela democracia” em Santiago, Chile, promovida por Gabriel Boric e Pedro Sánchez, e que contou com a participação de Lula. Para Pimenta, essa é uma “jogada” supostamente para “unificar todo mundo contra o Trump e a extrema direita”, mas na qual países como “Rússia, China, Irã, Venezuela, Cuba” não estarão presentes.
Ele questionou: “se a frente pela democracia for dominada pelos países imperialistas como deve ser, isso vai ser não vai ser contra o Bolsonaro, você vai ser contra a Rússia, contra a China”.
Assista na íntegra o mais tradicional programa de análise política do Brasil:





