Na edição desta quinta-feira (23) do programa Análise Internacional, transmitido pelo canal do Diário Causa Operária, o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, criticou um documento dos Estados Unidos que alega que o fim do embargo a Cuba seria uma “ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos”. Pimenta foi veemente, classificando o embargo como “um crime de lesa humanidade”. Ele traçou o seguinte paralelo:
“É como se você tivesse aí uma cidade, essa cidade fosse colocada em estado de sítio para um exército e esse exército não deixasse entrar comida, medicamentos, nada. Quer dizer, o que é que você está fazendo? Está matando o povo de fome.”
O dirigente político reforçou a acusação de que a política é de “genocídio também” e que é conduzida por “criminosos”, “nazistas” e “genocidas”. Ele também comparou o caso ao da Palestina:
“Ao mesmo tempo em que esse crime está sendo cometido, não há sequer um embargo de armas, munições e combustível para Israel”.
Pimenta concluiu que a Organização das Nações Unidas (ONU), “não serve para nada”, e que a exaltação da lei internacional feita pelo governo Lula “é uma farsa, uma coisa farsesca”.
Pimenta passou então a discutir o aumento da pressão dos EUA sobre a Venezuela, incluindo a autorização da CIA para “operações letais”, possivelmente visando o assassinato de Nicolás Maduro. Sobre María Corina Machado, líder da oposição venezuelana agraciada com o Prêmio Nobel da Paz, Pimenta declarou:
“Essa mulher tinha que estar presa, tinha que estar na cadeia… fazendo um apelo para que o país mais poderoso do mundo invada o país dela.”
A agressão iminente contra a Venezuela, segundo o presidente do PCO, torna necessário “fazer uma forte campanha de denúncia do imperialismo”.
O programa dedicou um momento à crítica da postura do Partido dos Trabalhadores (PT) em relação à Venezuela. Ele criticou o silêncio e o alinhamento com o imperialismo: “a política do PT diante da Venezuela é uma política criminosa de apoio ao imperialismo”.
A análise se moveu para a crise econômica na Argentina, sob o governo de Javier Milei. Pimenta observou que a principal preocupação do argentino mudou da inflação para o desemprego, configurando um cenário de “estagflação”.
O fracasso de Milei, segundo Pimenta, não afasta a burguesia do modelo, que classificou como “um desastre”. A persistência da política neoliberal se deve à falta de “uma reação operária à altura do ataque que o Milei fez contra os trabalhadores”.
Na Europa, a crise política na França e os massivos cortes sociais em nome do financiamento militar foram analisados. Pimenta descreveu o presidente Emmanuel Macron como um “cadáver na presidência” e afirmou que a França está sendo levada “diretamente para uma situação de grande instabilidade”.
O risco, em sua avaliação, é continental: “a França é o país chave da política europeia… se o regime político francês vier abaixo, a União Europeia toda vai entrar em uma situação de crise”.
A escalada armamentista europeia é mais um elemento desta crise. “Eles estão se armando por quê? Para se defender, não. Para atacar. É a única explicação”. O cenário, para ele, aponta para a inevitabilidade de uma guerra mundial: “Eu não vejo muita escapatória disso. Eu acho que guerra com a China e com a Rússia e com o Irã é inevitável”. O fator central de derrota nas guerras modernas, concluiu, não é a força militar, mas “a falta de coesão interna dentro dos países”.





