Na última terça-feira (7), quando se completou dois anos da ação do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) conhecida como Operação Dilúvio de Al-Aqsa, o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, destacou a reação da grande imprensa e da extrema direita ao ato que seria realizado pelo Partido em comemoração à Operação Dilúvio de Al-Aqsa.
“A direita está procurando transformar isso em um crime”, pontuou, resgatando o exemplo da ocupação nazista na França, onde a resistência foi apelidada de “O Exército do Crime”. Segundo ele, a política por trás da demonização da resistência palestina é a de que “você pode ser ocupado, você pode ser massacrado, mas você não pode reagir.”
A reportagem da Folha de S.Paulo, que defendia o desarmamento do Hamas, foi classificada como uma “peça extraordinária de cinismo”. Para ele, a matéria busca deslegitimar a luta palestina sob a premissa de que a “educação não combina com radicalismo”. “O radicalismo que ela está condenando é a luta”, disse, acrescentando que a posição do jornal e de outros setores da imprensa “valoriza uma tal democracia” que, na verdade, serve aos interesses da burguesia.
Pimenta também estendeu suas críticas à esquerda brasileira, que, em sua avaliação, “cometeu e continua cometendo um erro muito grave em não defender a resistência palestina”. O dirigente do PCO expressou que a falta de apoio da esquerda à luta palestina abriu caminho para a hegemonia da direita na propaganda. “O que está acontecendo é que a direita fala sozinha. Ninguém fala nada”, declarou.
Apesar da hostilidade, Pimenta defendeu a posição do PCO de apoio irrestrito ao Hamas. “Nós defendemos o Hamas porque nós defendemos a luta dos oprimidos contra os opressores”, afirmou. Ele considerou a tentativa de isolar o PCO uma estratégia semelhante à utilizada contra o Hamas, que, segundo ele, é uma “tentativa de isolar os setores que lutam pela independência do povo palestino, de verdade”.
Em relação à política externa brasileira, Pimenta a qualificou como “pífia”, especialmente na questão palestina. Apesar de concordar com a fala inicial do presidente Lula que classificou a ofensiva israelense como genocídio, ele lamentou que, passados dois anos, o Brasil não tenha adotado medidas mais duras, como o rompimento de relações comerciais com Israel. A atitude do governo brasileiro de apoiar propostas de desarmamento do Hamas, primeiro de Macron e depois de Donald Trump, foi vista como uma “mudança de política do governo” que se alinhou com os interesses imperialistas. “O governo não faz nada. Em todas as oportunidades que o governo teve para se pronunciar, ele se pronunciou falando que o Hamas fez uma tentativa terrorista e não adotou nenhum tipo de posição mais dura contra o sionismo”, criticou.





