Em entrevista a Leonardo Attuch na TV 247 nesta sexta-feira (26), Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), analisou a situação de “Israel” após o protesto durante o discurso de Benjamin Netaniahu na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Para Rui Costa Pimenta, esse protesto é o reflexo de um sistema em colapso. “Eu acho que a situação chegou no fundo do poço, né? Eles estão sustentando aí uma situação que é insustentável. Não dá para levar isso muito além”.
Pimenta apontou que o genocídio em Gaza não pode perdurar, e a necessidade de uma solução para o conflito causará uma “grande crise para o imperialismo”. Ele comentou que até mesmo o principal aliado de “Israel”, os Estados Unidos, está dividido e em crise, o que demonstra a fragilidade da situação.
A crise da extrema direita na Argentina, com o fracasso da política de Javier Milei, também foi citada como um sintoma do colapso neoliberal. Para Pimenta, o que está em colapso não é a extrema direita em si, que prospera na Europa, mas a política neoliberal.
“A crise do Milei, embora o Milei seja um elemento de extrema direita, é mais uma crise do imperialismo propriamente dito do que da extrema direita.”
A participação do presidente Lula na Assembleia Geral da ONU foi outro ponto alto da conversa. Segundo Pimenta, Lula se destaca por evidenciar “a crise dos demais” líderes mundiais. O presidente do PCO observou que todos os líderes, de Macron a Trump, “querem se segurar no Lula”, o que ilustra a crise generalizada dos países imperialistas.
A discussão se voltou então para a política interna brasileira, com Attuch trazendo à tona a possível desistência de Tarcísio de Freitas (Republicanos) da corrida presidencial de 2026 e a preocupação do senador Ciro Nogueira com a falta de união na direita. Para Pimenta, o caso Bolsonaro “não está encerrado” e a burguesia ainda tem um plano para desestabilizar a candidatura de Lula.
Pimenta alertou que o processo da anistia do ex-presidente é um ponto decisivo e que a direita está focada em “fechar a fatura do bolsonarismo” antes de consolidar uma candidatura. Ele afirmou que o próprio Ciro Nogueira, ao dizer que “nós vamos perder uma eleição ganha”, sugere que existe um plano em curso.
Ainda sobre as articulações políticas, o presidente do PCO comentou a declaração do ministro Gilmar Mendes, que comparou Fernando Haddad a Fernando Henrique Cardoso. “Se ele não lançou, ele insinuou”, disse Pimenta, enxergando na fala um movimento para criar uma “candidatura alternativa a Lula dentro do campo da própria esquerda”. Ele argumentou que Haddad representa a “ala neoliberal do governo” e que, como presidente, poderia levar essa política “muito mais longe”.
Sobre os atos do último domingo (21), Pimenta os chamou de “coxinhaços”. Ele criticou a pauta do ato, que era contra a imunidade parlamentar, e classificou a demanda como uma “reivindicação de direita” que visa fortalecer o controle do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o Congresso.
“A imunidade parlamentar é uma instituição, é um instituto democrático tradicional, não é uma política de bandidos como foi apresentada. Isso é uma campanha caluniosa, inclusive”, declarou Pimenta.





