Neste sábado (27), a Análise Política da Semana, conforme sua tradição, teve início com a discussão sobre o cerco à liberdade de expressão. O presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, mencionou três casos judiciais recentes para ilustrar o que chamou de “clima de terror” contra a crítica às autoridades públicas. O primeiro caso foi o de um cidadão condenado a pagar R$10 mil ao secretário de segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, por tê-lo comparado a Adolf Hitler. Segundo Pimenta, “a ofensa faz parte da política” e esse tipo de condenação cria um ambiente onde “as pessoas menos corajosas vão se abster de fazer críticas duras”.
O segundo caso envolveu o próprio dirigente, que teve sua conta bancária congelada após ser processado pelo deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP). O processo foi movido porque Pimenta afirmou que a proposta de Kataguiri de proibir ajuda financeira do governo brasileiro à população de Gaza era uma “política nazista”. Sobre a condenação a pagar R$ 16 mil, Rui questionou: “quando Kim Kataguiri me processa… o que que o proletariado brasileiro tá ganhando com esse processo aqui?”. Ele ainda ironizou as pessoas que se dizem de esquerda que defendem a censura, dizendo que “a esquerda comprou esse peixe podre da censura e estabeleceu no Brasil que você não pode criticar autoridades públicas”.
O presidente do PCO também criticou o projeto de lei que proíbe o uso da foice e do martelo no Rio de Janeiro, classificando-o ironicamente como mais um caso da “censura do bem” em ação.
Outro ponto de destaque foi o ato público contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tratava da imunidade parlamentar. Para o presidente do PCO, o protesto foi uma campanha “totalmente fraudulenta” convocada pela burguesia e pela imprensa, com a rede Globo à frente. Ele argumentou que a imunidade parlamentar é uma garantia democrática que impede a perseguição política, não um artifício para “criminosos se livrarem da justiça”, como foi apresentado.
Ele também criticou a participação da esquerda no protesto, comparando-a a eventos de 2013, quando a burguesia “sequestrou os atos” para promover suas próprias reivindicações. “O ato foi convocado pela burguesia porque a burguesia é quem tem interesse em na rejeição da PEC”, disse ele, acrescentando que essa mobilização é um “ensaio de revolução colorida” para um “golpe eleitoral”.
Rui Costa Pimenta analisou o discurso de Lula na Organização das Nações Unidas (ONU), tecendo críticas a vários pontos. Ele questionou a celebração da ONU, que ele chamou de “uma verdadeira quadrilha”, e a afirmação de que seus ideais de paz e prosperidade estariam ameaçados.
A principal crítica de Pimenta, no entanto, foi sobre o genocídio na Palestina. Ele classificou como “mentira” a afirmação de Lula de que as ações da Operação Dilúvio de Al-Aqsa, lançada em 7 de outubro, seriam “indefensáveis sob qualquer ângulo”. Para o dirigente, “a luta contra a opressão não pode ser qualificada de crime, seja lá o que o pessoal tenha feito”. Ele defendeu a resistência palestina, a qual chamou de “exemplo de luta para todos os povos do mundo”, e criticou a “moralidade cínica” que culpa os oprimidos. Em sua visão, o discurso de Lula é uma “defesa da ordem brutal imperialista” e uma capitulação diante do imperialismo.





