No programa Análise Internacional, do Diário Causa Operária, o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, discutiu a situação “catastrófica” da Ucrânia. Ele detalhou o avanço russo, citando que “os russos quebraram as barreiras de trincheiras” na região de Donetsk, conseguindo “cercar tropas ucranianas em espaços importantes”, o que representaria um “colapso de forma acelerada” para as unidades sitiadas, estimadas em quase 11 mil soldados. A seriedade do revés foi reforçada pela atitude de Vladimir Putin que teria oferecido “salvo-conduto para os jornalistas estrangeiros para irem ver a situação”, já que os ucranianos estariam “negando o fato de que as tropas estão cercadas e que a situação é uma desgraça para eles”. Rui Costa Pimenta complementou a análise da crise ao considerar que o envio de tropas estrangeiras à Ucrânia é a “única alternativa” para o imperialismo, pois “o exército ucraniano já era”, e o imperialismo “não vai abrir mão” de seus interesses no país, a menos que o “regime ucraniano cair catastroficamente”.
A discussão militar deu lugar à crítica feroz à política de “segurança pública” brasileira, especialmente a violenta operação policial no Rio de Janeiro, que, à época da transmissão, contabilizava mais de 120 mortos. Rui Pimenta classificou a ação como uma “monstruosidade”, uma “execução em massa” e um ato de “fascismo”. Em uma das passagens mais enfáticas, ele sublinhou o caráter criminoso da violência estatal:
“Você vê que os bombardeios do sionismo em Gaza não matam 160 pessoas, né? […] Agora a polícia entra em três favelas do Rio de Janeiro e mata 120 pessoas numa única tarde.”
O problema, para o presidente do PCO, reside no fato de que “o Brasil não tem pena de morte”, e, no entanto, “a polícia recebeu autorização para executar a pena de morte sem julgamento”. Essa conduta, segundo ele, leva o país “para uma situação de violência inacreditável”.
O dirigente também condenou a postura do governo federal e da esquerda em geral diante do massacre. Ao questionar o silêncio do Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, durante uma coletiva com o governador Cláudio Castro (PL), Rui afirmou que “quem cala, consente”, e que “matar quase 200 pessoas não é contra a democracia? Com toda certeza”. Em uma declaração incisiva contra as tentativas de justificar a matança como uma “faxina”, Rui sentenciou: “matar 130 pessoas não é faxina, é fascismo”.
Além dos temas centrais, o programa abordou a vitória diplomática de Cuba na ONU, com a aprovação da resolução que condena o bloqueio norte-americano, e a crise política na Argentina, onde a alta abstenção de 42% na eleição foi interpretada como um sinal da incapacidade da esquerda de mobilizar o eleitorado, favorecendo o candidato de extrema direita Javier Milei.





