Brasil

Rui Costa Pimenta: Brasil caminha para uma ditadura aberta

Em entrevista ao canal Rádio +Brasil nesta terça-feira (27), Pimenta afirmou que a burguesia prepara uma nova manobra para retirar Lula e Bolsonaro das eleições de 2026

O presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, afirmou nesta terça-feira (27), em entrevista ao canal Rádio +Brasil, que o Brasil atravessa uma etapa de decadência do regime político instituído após a ditadura militar. Segundo ele, o colapso dos partidos tradicionais da Nova República, como PMDB e PSDB, reflete a crise do sistema que vinha sendo controlado pelos mesmos setores econômicos que dominaram o regime militar.

“Estamos vivendo uma etapa de decadência do regime político”, afirmou Pimenta, explicando que o regime construído após a ditadura está sendo substituído por um sistema de cunho ditatorial. “Esses setores econômicos não conseguem mais governar da maneira como governavam anteriormente. Eles estão sendo obrigados a modificar o regime político no sentido ditatorial.”

Pimenta comparou o caso brasileiro à situação política nos Estados Unidos e na Europa, afirmando que a burguesia mundial enfrenta dificuldades para manter o controle sob o antigo modelo político. “É um fenômeno de conjunto, não é um fenômeno brasileiro”, disse, ressaltando que o Brasil aparece como um caso precoce dentro desse processo global.

Durante a entrevista, o dirigente do PCO apontou o Supremo Tribunal Federal (STF) como símbolo da anomalia institucional. “O STF governando o país é uma grande anomalia no que diz respeito ao funcionamento do regime político. Quem tem que fazer as leis é o Congresso Nacional, quem tem que tomar decisões executivas é o Executivo. O STF não teria que fazer nada disso”, disse.

Pimenta avaliou que a burguesia brasileira, a que chamou de “oligarquia financeira que domina o país e domina o mundo”, prepara uma manobra para as eleições de 2026: lançar um candidato que não seja nem Lula e nem Bolsonaro. “Tenho falado sistematicamente que o processo do Bolsonaro, tem como única função tirar ele da eleição, anular politicamente o bolsonarismo. E o Lula também está sendo anulado. O governo dele é um governo que praticamente não governa”, afirmou.

Segundo ele, essa situação demonstra a falência do regime representativo. “Se você precisa, para controlar o regime, tirar os dois candidatos que têm voto, já é um regime que não é democrático, não é representativo, não é baseado na eleição, não é baseado em nenhum sentido na vontade popular”.

Caso a manobra da burguesia tenha êxito, Pimenta acredita que será implantada uma política “muito dura de ajuste econômico”, semelhante à aplicada na Argentina. Ainda assim, ele avalia que isso não resolverá a crise. “Eu não acho que o regime possa ser corrigido. Isso vai para uma crise. E dependendo da intensidade da crise, nós podemos ter uma ditadura declarada no Brasil. Não uma ditadura envergonhada, velada. Uma ditadura mesmo, que se declare como ditadura”.

Na sua visão, o desfecho alternativo seria uma grande mobilização popular, que poderia abrir o caminho para uma nova Constituinte. “Se houver uma mobilização popular, nós podemos ter uma nova Constituinte, uma Constituinte mais democrática do que a de 1988. Se não houver essa mobilização, se essa mobilização for derrotada ou for abortada, nós vamos ter uma ditadura declarada”.

Sobre a situação econômica do País, Pimenta criticou a política do governo Lula, afirmando que ela “consiste em botar a mão dentro do bolso do trabalhador e da população em geral para pagar a dívida pública, para favorecer os bancos”. Ele destacou, no entanto, que essa não seria a política natural do atual governo. “É um governo sitiado pelo mercado financeiro.”

Segundo o presidente do PCO, o problema estrutural do governo Lula é a ausência de força institucional. “Não tem maioria no Congresso, não tem nada.” Ele alertou, desde a eleição, que, sem mobilização popular, o governo seria “engolido pelo sistema”.

Comentando o escândalo no INSS, Pimenta afirmou que não atribui diretamente o problema ao governo Lula, mas criticou o loteamento de cargos como prática que permite esse tipo de situação. “É uma quadrilha que atua dentro do INSS. Que eu saiba, o governo não tinha conhecimento. O fato de o governo lotear os cargos e os ministérios para conseguir apoio, abre a possibilidade de essas coisas acontecerem”.

Ele completou dizendo que, embora não haja indícios de envolvimento direto do PT, o governo vai pagar o preço do escândalo. “Foi revelado pela Polícia Federal, à revelia do governo, e o governo tá pagando o preço desse descuido”.

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