Durante a última edição da Análise Política da Semana, transmitida pela Causa Operária TV (COTV), o presidente nacional do PCO, Rui Costa Pimenta, abordou diversos casos de censura e perseguição política que demonstram o cerceamento das liberdades democráticas no Brasil. Ele destacou o caso do músico Marcelo D2, as acusações absurdas contra o PCO, os ataques a Maria Rita Kehl e a tentativa de cassação do registro do Partido.
O caso Marcelo D2: ‘a liberdade de expressão está acabada’
Rui comentou a condenação do músico Marcelo D2, que foi processado por João Doria após chamar o então governador de São Paulo de “assassino”, em referência ao massacre de nove jovens em Paraisópolis durante uma ação policial. “Ele foi condenado a pagar 10 mil reais. Por quê? Porque ele denunciou um massacre que realmente aconteceu. A liberdade de expressão no Brasil está acabada, essa que é a realidade”, afirmou.
PCO acusado de ‘organização terrorista islâmica’
O presidente do PCO também denunciou um caso de perseguição política contra o partido, em que o Ministério Público teria recebido uma denúncia anônima classificando a legenda como “organização terrorista islâmica”. “Primeiro, organização islâmica, o que é isso? Que tipo de acusação é essa? PCO não é islâmico. Sem contar que tá cheio de organização islâmica, vão perseguir todas elas? E terrorista, o que a gente fez?”, questionou Rui. Ele comparou a acusação ao caso de Lucas Passos, um jovem perseguido pelo Estado por ter viajado ao Líbano e pesquisado sobre o país na internet.
Ataques identitários contra Maria Rita Kehl
Outro caso criticado por Rui foi a ofensiva contra a psicanalista Maria Rita Kehl, alvo de ataques por questionar o conceito de “lugar de fala” e apontar que o identitarismo se caracteriza por um fechamento sectário. “Ela criticou politicamente e com argumentos psicanalíticos, falou que era narcisismo e tudo mais. Aí o pessoal caiu matando em cima dela”, afirmou. O dirigente destacou que as críticas a Kehl chegaram ao absurdo de associá-la às ideias eugenistas de seu avô, um médico que defendeu teorias racistas no passado. “Ela é de esquerda, se colocou contra o golpe, atuou junto com o MST, não faz sentido esse tipo de colocação”, disse.
Tentativa de cassação do PCO
Por fim, Rui denunciou a manobra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para cassar o registro do PCO sob a alegação de problemas na prestação de contas. Ele refutou as acusações, afirmando que o partido sempre prestou contas de todos os recursos públicos recebidos, embora possa ter havido atrasos pontuais. “Mas o TSE, que é uma dependência do STF, inventa história, inventa lei que não existe”, denunciou. Segundo ele, o tribunal criou exigências arbitrárias e passou a punir partidos com multas, usando o não pagamento como pretexto para alegar que as contas não foram prestadas. Rui vê nisso uma tentativa de silenciar uma organização que se coloca de maneira independente no cenário político.
Com esses exemplos, Rui Costa Pimenta escancarou o avanço da censura e da repressão no país, evidenciando como o Estado e setores da esquerda pequeno-burguesa têm atuado para limitar o debate político e eliminar adversários.