África

Ruanda e República Democrática do Congo firmam trégua

Acordo foi mediado por EUA e Catar, e inclui, além do fim das hostilidades, o desarmamento dos grupos armados. EUA busca conseguir acesso às terras raras locais

Na última sexta-feira (27), um acordo de paz foi firmado entre a República Democrática do Congo (RDC) e Ruanda. O acordo foi realizado com mediação dos Estados Unidos e do Catar, e assinado em Washington, no Departamento de Estado dos EUA, na chamada Treaty Room, estando presente o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.

Posteriormente, houve uma segunda cerimônia simbólica na Casa Branca, no Salão Oval, onde o presidente norte-americano, Donald Trump, exibiu o documento aos ministros das Relações Exteriores de Ruanda e RDC.

A guerra na região começou oficialmente em 1996, quando Ruanda interveio militarmente no Congo, provocando duas guerras devastadoras entre 1996 e 2003. 

No entanto, as raízes datam de 1994, ano do genocídio em Ruanda. O genocídio foi provocado pelo imperialismo, especificamente pela luta entre a França e a Bélgica, ambos países imperialistas. 

Durante o domínio colonial, a Bélgica favoreceu a minoria tutsi, criando divisões étnicas profundas. Após a independência, a França buscou aumentar sua influência na região, apoiando o governo hutu. Essa disputa imperialista acirrou tensões, pois a França impulsionou setores hutus contra os tutsis. 

Com apoio militar e político francês, o regime hutu radicalizou-se, culminando no massacre de cerca de 800 mil tutsis e hutus moderados, que se deu em 1994. 

Após o genocídio, milícias hutus que realizaram os massacres se refugiaram no leste da República Democrática do Congo.

Em 1996, Ruanda interveio militarmente no Congo, provocando duas guerras devastadoras entre 1996 e 2003. O conflito nunca terminou e, em 2009, surgiu o grupo M23, apoiado por Ruanda e formado por ex-combatentes tutsis.

O grupo sofreu uma derrota temporária em 2013, mas, após se reorganizar, iniciou campanha em 2022, capturando áreas no leste da RDC, o que foi realizado com apoio de Ruanda. 

Este foi o início da fase mais recente da guerra, que causou milhares de mortes e milhões de deslocados. 

Enquanto a RDC acusava Ruanda de financiar o M23, o governo ruandês dizia combater milícias hutus ligadas ao genocídio. 

Diversas tentativas de mediação falharam até 2024, quando Catar e EUA passaram a liderar negociações. A respeito disto, o jornal Financial Times, um dos porta-vozes da burguesia imperialista, noticiou que autoridades da República Democrática do Congo entraram formalmente em contato com a Casa Branca no início de março, propondo um acordo.

Em junho de 2025, Ruanda e RDC assinaram o acordo. Dentre seus termos, os principais são a retirada das tropas ruandesas do leste da RDC dentro de 90 dias; suspensão do apoio a grupos armados (Movimento 23 de Março – M23; Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda – FDLR; e outros); desarmamento e integração condicional de milícias locais nas forças da RDC, a criação, em até 30 dias, de um mecanismo conjunto de coordenação de segurança; seja desenvolvido um plano de integração econômica regional em 90 dias, com incentivo a investimentos e acesso a minerais para os EUA (dentre os quais, as terras raras da RDC).

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