Economia

Rotativo do cartão de crédito chega a quase 1000% ao ano

O recorde foi do Banco Crefisa, com 994,68%, seguido por Banco Triângulo (992,18%) e Calcred (984,61%)

O Banco Central divulgou, nesta quarta-feira (27), o resultado das operações do Sistema Financeiro Nacional (SFN) referentes a julho de 2025.

O relatório chama atenção para o endividamento crescente das famílias. A taxa média de juros do crédito com recursos livres foi de 57,7% ao ano em julho, e a inadimplência no segmento familiar atingiu 6,5%.

O crédito rotativo do cartão, historicamente o mais oneroso, voltou a apresentar níveis alarmantes. Entre 58 instituições financeiras analisadas pelo BC entre 7 e 13 de agosto, apenas quatro praticaram juros abaixo de 100% ao ano.

Na outra ponta, bancos e financeiras chegaram a cobrar taxas próximas a 1000% ao ano. O recorde foi do Banco Crefisa, com 994,68%, seguido por Banco Triângulo (992,18%) e Calcred (984,61%).

Instituições de grande porte também figuram entre as campeãs do rotativo:

  • Bradesco (388,91%)
  • Itaú Unibanco (372,75%)
  • Santander (475,58%)
  • Caixa Econômica Federal (301,10%)
  • Banco do Brasil (334,98%)
  • NU Financeira (Nubank) (335,61%)

Segundo o Banco Central, o Indicador de Custo do Crédito (ICC) ficou em 23,3% ao ano em julho. A inadimplência geral do SFN foi de 3,8%, enquanto no crédito livre chegou a 5,2%.

Apesar da linguagem técnica e neutra do BC, os números evidenciam a disparidade entre o custo de captação dos bancos e os juros cobrados. Enquanto as instituições captam recursos a uma média de 10,6% ao ano, emprestam às famílias a 57,7%, quase quatro vezes mais.

Os números divulgados hoje pelo Banco Central confirmam o que já é conhecido: o Brasil é campeão mundial de juros abusivos. O destaque vai para a Crefisa, patrocinadora do Palmeiras, que atingiu a impressionante marca de 994,68% ao ano no rotativo. É praticamente 1000%. É difícil encontrar paralelo em qualquer outro país.

Se o Palmeiras ainda busca o seu Mundial, a Crefisa já conquistou o dela: o Mundial dos juros altos. Dona Leila Pereira e os acionistas têm motivos de sobra para comemorar, afinal, não existe negócio mais lucrativo no Brasil do que emprestar dinheiro a famílias endividadas.

E não se trata apenas da Crefisa. Bancos públicos e privados seguem nadando em dinheiro, operando como verdadeiros Tios Patinhas tropicais. O Banco do Brasil, a Caixa, Itaú, Bradesco, Santander, Nubank — todos figuram na lista de instituições que cobram mais de 300% ao ano no rotativo.

Para as famílias, a situação é dramática. A taxa média de juros já é um massacre: 57,7% ao ano. Quem toma R$ 1.000 emprestados e paga em dia desembolsa cerca de R$ 1.600 em um ano. Mas quem atrasa — e milhões de brasileiros atrasam — é lançado numa bola de neve que pode multiplicar a dívida por dez.

Enquanto isso, o governo paga caro por sua própria dívida pública. Cada aumento de 1% na Selic acrescenta R$ 57,8 bilhões por ano aos cofres dos banqueiros. Ou seja: ganha o banco, perde o povo.

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