Brasil

Rondônia lança ‘Programa de Segurança Rural’ para latifúndio

PM assume ser pouco diferente de uma milícia privada para proteger fazendeiros e atacar camponeses

O governo de Rondônia anunciou, em maio de 2025, o “Programa de Segurança Rural”, destinando 360 policiais militares e 30 viaturas para patrulhar áreas rurais em municípios como Alto Paraíso, Machadinho D’Oeste, Ariquemes e Jaru. Liderada pelo governador Marcos Rocha, do Partido Liberal, a iniciativa formaliza a Polícia Militar como instrumento de proteção aos latifundiários, com apoio explícito da Associação de Produtores de Soja de Rondônia (Aprosoja). Cerca de 10 mil propriedades rurais já estão cadastradas, permitindo que fazendeiros forneçam dados de georreferenciamento para facilitar rondas personalizadas.

O programa, coordenado pela Secretaria de Estado da Defesa e Cidadania (Sesdec), integra todos os 11 batalhões da PM e utiliza tecnologia para agilizar o contato entre policiais e latifundiários. O secretário Felipe Bernardo Vital afirmou: “estamos integrando o produtor rural à política de segurança pública, com ferramentas modernas e uma abordagem preventiva”. A Aprosoja, entidade ligada ao bolsonarismo, participou do lançamento, com sua logo estampada nas placas de identificação das fazendas cadastradas, ao lado dos símbolos da PM e da Sesdec.

A iniciativa reforça a subordinação do aparelho estatal aos interesses do latifúndio, uma prática recorrente em outros estados. No Tocantins, camponeses da Gleba Tauá denunciaram, em 2021, violações cometidas pela Patrulha Rural, segundo o portal De Olho nos Ruralistas.

Em Goiás, o batalhão rural recebe suporte de sindicatos de latifundiários e da Federação da Agricultura e Pecuária. No Maranhão, a Assembleia Legislativa aprovou o patrulhamento rural em 2019, apesar de denúncias do advogado Sérgio Barros, da Fetaema, de que a PM intimida trabalhadores rurais a mando de fazendeiros.

Rondônia lidera os conflitos agrários no Brasil, segundo o relatório de 2021 da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que registrou 11 mortes violentas no campo, muitas ligadas a grupos paramilitares, como o comandado pelo latifundiário Antônio Martins dos Santos, conhecido como “Galo Velho”. Em Machadinho D’Oeste, palco do programa, camponeses do acampamento Gedeon José Duque denunciaram ao órgão A Nova Democracia ataques de pistoleiros e da PM.

Dados da CPT apontam que, entre 2019 e 2024, Rondônia registrou 1.245 conflitos por terra, com 45 mortes. A violência no campo cresceu 20% no período, segundo o Observatório da Violência Rural.

O “Programa de Segurança Rural” institucionaliza o uso do aparato estatal para proteger os lucros do agronegócio, enquanto camponeses enfrentam despejos e assassinatos. Diante dessa escalada repressiva, os trabalhadores rurais têm o direito de formar milícias armadas para se defender, garantindo sua segurança e a luta pela terra frente à violência orquestrada pelo latifúndio e pelo Estado.

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