Neste sábado (08), Rodrigo Paz foi empossado como novo presidente da Bolívia.
Político da direita tradicional, membro do Partido Democrata Cristão, candidato escolhido pelo imperialismo, Rodrigo Paz foi eleito em 19 de de outubro último após um golpe de Estado que proibiu Evo Morales, o candidato mais popular do país, de participar das eleições.
Em seu discurso de posse, o funcionário do imperialismo afirmou cinicamente que “hoje começa uma nova era de independência, a serviço do povo”. Ao mesmo tempo, afirmou que “esta é a nova Bolívia que se abre para o mundo”, acrescentando que “nunca mais vamos nos isolar”, afirmação que deixa implícito que a Bolívia estará novamente aberta, sem restrições, ao capital imperialista e à escravidão que o acompanha.
Nesse sentido, ele afirmou que “vamos abrir a economia, atrair investimentos, reduzir as tarifas para bens que não fabricamos”. Afirmando demagogicamente que irá “modernizar o sistema energético e digital“, ele prometeu um “governo da inovação, da ciência, da tecnologia e do futuro verde“, acrescentando que “o desenvolvimento econômico irá de mãos dadas com o respeito ao meio ambiente“, mostrando estar enquadrado pela política ambiental do imperialismo, através da qual se impede o desenvolvimento de países oprimidos, como a Bolívia.
Paz também declarou que “nunca mais o país será feito refém por uma ideologia. Ideologias não põem comida na mesa”, uma referência ao nacionalismo do ex-presidente Evo Morales e de seu partido, o MAS, que governaram o país de 2006 a 2019, a contragosto do imperialismo.
Já colocando-se como um representante da política neoliberal, uma política imperialista de genocídio econômico, e sob o pretexto de reduzir a inflação e resolver uma escassez de combustíveis fabricada pelo imperialismo, Paz prometeu cortar mais da metade dos subsídios aos combustíveis, colocar em prática um programa econômico que ele chama de “capitalismo para todos” (possivelmente um estágio inicial de um programa de choque neoliberal).
Segundo ele, será criado um programa de crédito barato, redução de impostos e perdão tributário para estimular a economia formal, benefícios que provavelmente beneficiarão mais a burguesia imperialista e a burguesia local associada ao imperialismo do que o povo boliviano.
Ele também anunciou que promoverá uma descentralização, sem especificar o que será isto. Além disto, seu plano de governo prevê o congelamento de atividades de todas as empresas estatais deficitárias, e de contratações pelo Estado, conforme noticiado pela emissora CNN.
Uma das medidas já tomadas por Paz como presidente foi o restabelecimento das relações diplomáticas da Bolívia com os EUA, rompidas desde 2008.
Logo após empossado Rodrigo Paz, o subsecretário de Estado norte-americano, Christopher Landau, declarou que “o governo Trump está preparado para trabalhar com o presidente Paz para desmantelar quaisquer estruturas de influência estrangeira que ameacem a segurança regional”. Falando sobre o restabelecimento das relações, Landau afirmou que a medida é uma oportunidade “para reconstruir a confiança mútua e garantir que a Bolívia volte a ser um parceiro estratégico na luta contra o terrorismo e o narcotráfico”.
Conforme noticiado pelo portal de notícias Correo del Sur, o restabelecimento de relações veio acompanhado de “um plano para a troca de informações de inteligência e apoio logístico para a segurança”.





