Brasil

Rio de Janeiro tem 513 pessoas desabrigadas devido às chuvas

Neoliberalismo, com sua política de cortes e privatizações, é o verdadeiro culpado. Cidades sofrem porque o dinheiro que deveria criar infraestrutura é roubado pelos banqueiros

As chuvas que atingiram o Rio de Janeiro desde a última sexta-feira (4) deixaram 523 pessoas desalojadas e 48 desabrigadas, segundo o Corpo de Bombeiros, que não registrou mortes até o último domingo (6). Foram 570 ocorrências atendidas, incluindo 18 deslizamentos e 37 alagamentos, com 81 vítimas socorridas sem gravidade e 174 animais resgatados. Em Angra dos Reis, 174 pessoas estão em abrigos, e o município iniciou o cadastro para o Cartão Recomeçar, benefício estadual de R$ 3 mil. Em Petrópolis, 837 clientes da Enel seguem sem energia, e a Defesa Civil local recebeu 141 chamados. Apesar da gravidade, o problema não está nas chuvas, fenômeno natural comum, mas na falta de infraestrutura causada por anos de políticas neoliberais.

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional reconheceu emergência em Angra dos Reis e Petrópolis no domingo (6), liberando recursos federais para ações como compra de cestas básicas e água. A Defesa Civil estadual emitiu alertas de deslizamentos até a manhã da última segunda-feira (7), mas a situação se estabilizou, com aulas retomadas e a BR-116 liberada após interdições. Em Angra, um vídeo no X mostrou vacas sendo arrastadas por uma enchente no Parque Mambuca, mas não houve acionamento oficial para resgate. A Secretaria de Saúde local alertou para riscos de leptospirose.

O governador Cláudio Castro (PL) criticou o governo federal no sábado (5), dizendo: “eles geralmente não se interessam muito no que o povo passa ou não. Não teve nenhuma ligação para o governo do estado, nada”. O Planalto, porém, rebateu afirmando que o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres elevou o nível de atenção no último dia 31 e realizou reuniões preparatórias na quarta-feira (2) com mais de 250 representantes. Mas a troca de acusações não muda a realidade: a ausência de obras de contenção e drenagem reflete a pirataria dos recursos públicos, desviados para banqueiros enquanto as cidades ficam à mercê de eventos previsíveis.

O neoliberalismo, com sua política de cortes e privatizações, é o verdadeiro culpado. Cidades como Petrópolis e Angra sofrem ano após ano porque o dinheiro que deveria ir para infraestrutura é sugado por interesses financeiros. Chuvas não são o problema; a política de abandono, sim.

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