Faixa de Gaza

Resistência devolve corpos de israelenses assassinados por ‘Israel’

Palestinos lembram que morte da família Bibas foi provocada pelos bombardeios sionistas criminosos. Última rodada de troca de prisioneiros deve ocorrer no sábado (1º)

Como antecipado pelo porta-voz das Brigadas al-Qassam (ala militar do partido revolucionário palestino Hamas), Abu Obeida, na última terça-feira (18), os corpos da família Bibas e os restos mortais do prisioneiro Oded Lifshitz foram entregues pela Resistência a “Israel” na sétima rodada de troca de prisioneiros iniciada no último dia 20. Obeida lembra que todos foram capturados com vida e assim estavam até que os aviões militares israelenses dessem início aos bombardeios criminosos na Faixa de Gaza. Ainda em novembro de 2023, o partido anunciara que a família havia sido assassinada em um ataque aéreo israelense.

Chefe do partido palestino em Gaza, Khalil al-Hayya disse que além da entrega dos corpos na quinta-feira, seis prisioneiros israelenses vivos serão libertados no sábado (1º). Os três membros da família assassinados por “Israel” eram a militar de origem argentina Shiri Bibas e os filhos Ariel Bibas, de quatro anos, e Kfir Bibas, de oito meses, o mais jovem dos prisioneiros capturados. Já Yarden Bibas, o único da família vivo, foi libertado no mês passado como parte da primeira fase do acordo de cessar-fogo.

Ao canal do Telegram Resistance News, um comandante das Brigadas Mujahideen comentou a entrega do corpo de Shiri Bibas e seus filhos:

“Ela estava trabalhando na Divisão Sul de Gaza. Ela também trabalhava na Unidade 8200 e, após sua captura, nós a reunimos com seus filhos por compaixão a eles. Proporcionamos a eles um lar seguro e confortável e os tratamos bem, como manda nossa nobre fé islâmica. Entretanto, devido ao bombardeio bárbaro e indiscriminado desse exército nazista – o exército ‘israelense’ – eles foram mortos junto com seus captores.”

Questionado sobre as condições em que a militar Bibas estava instalada com a família e se estava segura, o comandante reafirmou:

“Sim, sim, ela foi mantida em segurança em uma casa segura e estava vivendo uma vida muito confortável, como se estivesse em sua própria casa. Mas esse bombardeio implacável, que não poupou pedra nem árvore em Gaza e se tornou uma espada pendurada até mesmo sobre os civis em suas casas, também atingiu seus prisioneiros e seus captores.”

O Hamas também se pronunciou por meio de uma declaração, que se segue abaixo:

“Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

Sobre a entrega dos corpos de quatro prisioneiros sionistas pelas Brigadas Al-Qassam

As Brigadas Al-Qassam e a Resistência garantiram que a cerimônia de entrega dos corpos dos prisioneiros respeitasse a santidade dos mortos e os sentimentos de suas famílias, apesar de o exército de ocupação não ter demonstrado nenhuma consideração por suas vidas enquanto estavam vivos.

O exército do inimigo sionista matou seus próprios cativos ao bombardear seus locais de detenção, e o governo de ocupação nazista carrega total responsabilidade após repetidamente obstruir o acordo de troca.

Hoje, o criminoso Netaniahu chora sobre os corpos de seus cativos, que lhe retornaram em caixões, em uma tentativa transparente de se esquivar da responsabilidade perante seu público por suas mortes.

As Brigadas Al-Qassam e a resistência fizeram todo o possível para proteger os cativos e preservar suas vidas, mas o contínuo e bárbaro bombardeio da ocupação impediu que todos os cativos pudessem ser salvos.

Às famílias Bibas e Lifshitz: Teríamos preferido que seus filhos retornassem a vocês com vida, mas os comandantes do seu exército e seu governo escolheram matá-los em vez de resgatá-los. Com eles, mataram 17.881 crianças palestinas em seu bombardeio criminoso contra a Faixa de Gaza, e sabemos que vocês compreendem quem é realmente responsável por suas mortes. Vocês foram vítimas de uma liderança que não se importa com seu próprio povo.

Afirmamos que a troca de prisioneiros é o único caminho para trazer os cativos de volta vivos para suas famílias, e qualquer tentativa de resgatá-los por meio da força militar ou da retomada da guerra levará apenas a mais perdas entre os cativos.”

O primeiro-ministro de “Israel”, Benjamin Netaniahu, reagiu publicando um vídeo no qual dizia que “a voz do sangue de nossos entes queridos grita para nós do chão. Ela nos compele a chegar a um acordo com os assassinos vis, e nós os responsabilizaremos”, declarou, acrescentando também que estaria “sofrendo de tristeza misturada com raiva”. Segundo o Netaniahu, “estamos todos furiosos com os monstros do Hamas” e “cada lar em Israel abaixa a cabeça” pela “grande perda de nossos quatro reféns”.

Ocorre que não foi uma “perda”, mas um assassinato, e tampouco foi cometido pelos “monstros do Hamas”, mas pelos monstros verdadeiros, as forças sionistas lideradas pelo próprio Netaniahu. As mortes da maior parte da família Bibas se junta a dezenas de milhares de outros assassinatos cometidos pelo próprio Estado sionista, incluindo a de quase todos os israelenses mortos na própria operação Dilúvio de al-Aqsa, no dia 7 de outubro de 2023.

Bravateiro, Netaniahu prometeu ainda que seu governo devolverá “todos os nossos reféns, destruiremos os assassinos, eliminaremos o Hamas e, juntos, com a ajuda de Deus, garantiremos nossa existência”, o que é uma farsa desmascarada pelo simples fato de “Israel” ter sido obrigado a aceitar o cessar-fogo pela força das derrotas infligidas pelo Hamas e os demais partidos da Resistência Palestina.

A desmoralização de Netaniahu é tamanha que mesmo em meio à operação de troca de prisioneiros, o líder sionista foi alvo de novos protestos, ocorridos na cidade ocupada de Jerusalém. A manifestação ocorreu no último dia 17 e terminou com os participantes em frente à casa do líder da ditadura sionista, que portavam cartazes e gritavam palavras de ordem contra os 500 dias de cativeiro dos prisioneiros ainda em posse do Hamas.

Com a assinatura do novo acordo de cessar-fogo entre “Israel” e o Hamas, desde 19 de janeiro, quando teve início a primeira fase da trégua, 19 prisioneiros israelenses foram soltos; mais de 1.100 palestinos reféns em prisões israelenses também foram libertados. Após a troca realizada na última quinta-feira e a prevista para ocorrer no sábado, restarão apenas quatro prisioneiros em Gaza, dos 33 inicialmente incluídos na primeira fase do acordo de cessar-fogo. No sábado (1º) também encerra-se a primeira fase do acordo, porém, até o momento, não há informações sobre a segunda fase do cessar-fogo.

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