Em uma declaração conjunta, as três principais forças da resistência palestina — o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), a Jiade Islâmica e a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) — anunciaram oficialmente a conclusão da primeira fase do acordo de cessar-fogo com a ocupação sionista, classificando o resultado como uma “conquista nacional” obtida por meio da firmeza do povo palestino e da unidade das forças de resistência.
A nota é tanto uma homenagem à população da Faixa de Gaza quanto uma declaração política sobre o significado da trégua alcançada após mais de dois anos de agressão.
“As Três Forças prestam uma homenagem de respeito e estima às massas de nosso grande povo”, afirma o comunicado, “especialmente aos nossos filhos na Faixa de Gaza, que enfrentaram os crimes sionistas mais hediondos com uma tenacidade e firmeza lendárias”.
O texto recorda o sofrimento vivido por milhões de palestinos submetidos à destruição, à fome e ao deslocamento forçado, mas ressalta que a permanência na terra natal “é um símbolo vivo da vontade e determinação indomável de nosso povo e prova de que sua vontade é mais forte do que qualquer máquina de destruição sionista”.
O documento também destaca o papel das equipes médicas, de resgate, da defesa civil e dos jornalistas, que “frustraram os planos de deslocamento e desenraizamento e registraram uma lição eterna de tenacidade e desafio”. Segundo as organizações, as imagens do retorno das famílias deslocadas à cidade de Gaza representam “a encarnação da vontade de um povo que se recusa a ser deslocado à força e insiste em retornar e viver em sua terra, apesar da tremenda destruição”.
A nota sublinha que a resistência “manteve-se alta em meio aos escombros” e “infligiu pesadas perdas ao inimigo com operações de alta qualidade”, o que teria quebrado “o moral do inimigo” e imposto um “fracasso político e de segurança” aos planos de deslocamento e destruição total.
Mesmo com a enorme máquina de guerra da ocupação, afirmam as três forças, “o inimigo não conseguiu, por mais de dois anos, quebrar a tenacidade e a vontade dessa resistência”.
O acordo, segundo o comunicado, é “um passo fundamental em direção à demanda urgente de nosso povo, que é a interrupção final da guerra criminosa, o fim da agressão contra Gaza, a retirada da ocupação e o levantamento do cerco”.
As forças observam que, durante as “negociações de maratona”, a delegação palestina manteve em mente “as demandas de nosso povo para parar a guerra de extermínio” e que a trégua representa “uma conquista parcial para acabar com o sofrimento e libertar centenas de nossos heróis, mulheres e homens prisioneiros das prisões da ocupação”.
As três forças expressam “profunda apreciação pelos imensos esforços feitos pelos mediadores irmãos — Egito, Catar e Turquia — e por todos que apoiaram esse caminho”, pedindo que os mediadores continuem pressionando “para garantir que a ocupação cumpra todas as cláusulas do acordo e não se desvie delas em nada”.
O comunicado também destaca a importância do “movimento global de solidariedade sem precedentes que apoiou nosso povo e levantou a voz em oposição ao extermínio e perseguição dos crimes da ocupação”.
Segundo as organizações, a mobilização internacional “é uma mensagem forte de que a causa de nosso povo é uma causa política e humanitária global”, além de representar “um grande impulso moral” para a resistência. “A ocupação é uma entidade ilegítima”, afirmam, “e agora está em isolamento e cerco, que deve aumentar e se intensificar”.
O texto presta “homenagem de orgulho e estima às frentes de apoio no Iêmen, no Líbano, na República Islâmica do Irã e no Iraque”, destacando que esses países “ofereceram mártires no caminho para Jerusalém e Al-Aqsa”.
Essa menção explicita o reconhecimento da resistência palestina às alianças regionais que sustentaram a luta contra o regime sionista e os Estados Unidos ao longo dos dois anos de ofensiva.
Apesar do avanço político representado pelo acordo, as três forças advertem que “o caminho de negociação e o mecanismo de implementação do acordo ainda precisam de alta vigilância nacional e acompanhamento preciso 24 horas por dia, para garantir o sucesso dessa fase”.
As organizações garantem que “continuarão a trabalhar com alta responsabilidade com os mediadores para garantir que a ocupação seja obrigada a proteger os direitos de nosso povo e acabar com seu sofrimento”.
Outro ponto enfatizado é a libertação dos prisioneiros palestinos. As organizações afirmam que “fizeram grandes e exaustivos esforços para libertar todos prisioneiros e os líderes do movimento nacional de prisioneiros”, mas acusam a ocupação de ter “frustrado a libertação de um grande e importante número deles”.
“Apesar disso”, dizem, “preferimos prosseguir com a implementação do acordo para garantir a interrupção da guerra de extermínio contra nosso povo e impedir que o inimigo continue com o genocídio”.
A declaração conclui com uma promessa solene: “a questão de libertar todos eles permanecerá no topo de nossas prioridades nacionais, e nunca os abandonaremos”.
Leia a nota na íntegra:
Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso
Declaração à Imprensa das Três Forças: Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) – Movimento Jiade Islâmica na Palestina – Frente Popular para a Libertação da Palestina
Nosso nobre povo palestino:
À luz do anúncio da primeira fase do acordo de cessar-fogo e de fim da guerra de extermínio, e das negociações de maratona que as facções travaram e que levaram a essa conquista nacional, as Três Forças prestam uma homenagem de respeito e estima às massas de nosso grande povo, especialmente aos nossos filhos na Faixa de Gaza, que enfrentaram os crimes sionistas mais hediondos com uma tenacidade e firmeza lendárias.
Também saudamos todos os mártires e prisioneiros, seus entes queridos e os entes queridos dos desaparecidos, e cada criança, menina, mãe, jovem, idoso e pessoa deslocada que permaneceu firme em sua terra, apesar das tragédias, extermínio, fome, massacres e sofrimento do deslocamento, e a agonia de viver em meio à destruição dos elementos da vida diária, confirmando que sua tenacidade é um símbolo vivo da vontade e determinação indomável de nosso povo e prova de que sua vontade é mais forte do que qualquer máquina de destruição sionista.
A firmeza dos combatentes da resistência e de todo o nosso povo, incluindo equipes médicas, de resgate, defesa civil, jornalistas, pessoas deslocadas e outros, frustrou os planos de deslocamento e desenraizamento e registrou uma lição eterna de tenacidade e desafio, que permanecerá gravada nas páginas mais brilhantes da história palestina. E as cenas imponentes do retorno de nossos filhos deslocados à cidade de Gaza e as manifestações de reunião em massa em suas ruas, campos e becos destruídos são apenas a encarnação da vontade de um povo que se recusa a ser deslocado à força e insiste em retornar e viver em sua terra, apesar da tremenda destruição.
Também elogiamos os atos heroicos da resistência que se manteve alta em meio aos escombros, resistiu à destrutiva máquina de ocupação, quebrou o moral do inimigo e infligiu pesadas perdas com suas operações de alta qualidade, confirmando que a vontade de nosso povo e dos heróis da resistência é mais forte do que todas as tentativas de opressão e destruição, e que o inimigo não conseguiu, por mais de dois anos, quebrar a tenacidade e a vontade dessa resistência, apesar de todas as armas e da enorme e mortal máquina de guerra que possui.
As Três Forças também prestam uma homenagem de orgulho e estima às frentes de apoio no Iêmen, no Líbano, na República Islâmica do Irã e no Iraque, que apoiaram nosso povo e sua resistência e ofereceram mártires no caminho para Jerusalém e Al-Aqsa.
As Três Forças também expressam sua profunda apreciação pelos imensos esforços feitos pelos mediadores irmãos (Egito, Catar, Turquia) e por todos que apoiaram esse caminho, pedindo ao lado americano e a todos os mediadores que continuem a pressionar para garantir que a ocupação cumpra todas as cláusulas do acordo e não se desvie delas em nada.
Valorizamos muito o movimento global de solidariedade sem precedentes que apoiou nosso povo e levantou a voz em oposição ao extermínio e perseguição dos crimes da ocupação, confirmando que a solidariedade dos povos livres com a Palestina e Gaza é uma mensagem forte de que a causa de nosso povo é uma causa política e humanitária global, e que esse apoio global representa um grande impulso moral para nosso povo resistente, e confirma que a ocupação é uma entidade ilegítima e que agora está em isolamento e cerco, que deve aumentar e se intensificar.
As Forças esclarecem que, apesar das intensas tentativas da ocupação de explodir o caminho da negociação e interromper o acordo, e dos esforços de Netanyahu para prolongar a guerra e anular qualquer oportunidade de parar a agressão, a delegação de negociação palestina teve em mente as demandas de nosso povo para parar a guerra de extermínio, e chegou a um acordo para implementar a primeira fase desse caminho, que é um passo fundamental em direção à demanda urgente de nosso povo, que é a interrupção final da guerra criminosa, o fim da agressão contra Gaza, a retirada da ocupação e o levantamento do cerco.
O que alcançamos é um fracasso político e de segurança para os planos da ocupação e quebrou seus objetivos de impor o deslocamento e o desenraizamento, e é uma conquista parcial para acabar com o sofrimento de nosso povo e libertar centenas de nossos heróis, mulheres e homens prisioneiros das prisões da ocupação, em um passo que expressa a solidez da resistência, a unidade da posição nacional e a determinação de nosso povo em alcançar sua liberdade e dignidade.
Quando embarcamos nesse caminho de negociação em meio à guerra de extermínio, nossos olhos estavam fixos no sofrimento de nosso povo, que enfrenta horrores sem precedentes de morte, destruição, extermínio e fome, e agimos de acordo com uma alta responsabilidade nacional, apesar do nível de parcialidade a favor do ocupante, a fim de abrir um novo horizonte de vida em Gaza e para nosso povo firme e enraizado nela. E o caminho de negociação e o mecanismo de implementação do acordo ainda precisam de alta vigilância nacional e acompanhamento preciso 24 horas por dia, para garantir o sucesso dessa fase, e continuaremos a trabalhar com alta responsabilidade com os mediadores para garantir que a ocupação seja obrigada a proteger os direitos de nosso povo e acabar com seu sofrimento.
Fizemos grandes e exaustivos esforços para libertar todas as prisioneiras e prisioneiros e os líderes do movimento nacional de prisioneiros, mas a ocupação, como de costume, frustrou a libertação de um grande e importante número deles. Apesar disso, preferimos prosseguir com a implementação do acordo para garantir a interrupção da guerra de extermínio contra nosso povo e impedir que o inimigo continue com o genocídio. E prometemos a nosso povo e às famílias dos prisioneiros que a questão de libertar todos eles permanecerá no topo de nossas prioridades nacionais, e nunca os abandonaremos, assim como parabenizamos nosso povo pela liberdade desse abençoado grupo de nossos prisioneiros e heróis.





