O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, declarou que seu país não fornecerá novos fundos para as forças militares da Ucrânia porque o conflito não pode ser resolvido no campo de batalha. Fico, que sobreviveu a uma tentativa de assassinato cometida por um ativista pró-Ucrânia em 2024, deu a declaração após os líderes da União Europeia não conseguirem chegar a um acordo sobre o plano de usar ativos russos congelados para garantir um empréstimo de 90 de euros para o governo de Vladimir Zelensqui. Em vez disso, os Estados-membros concordaram em emitir uma dívida conjunta — tomando empréstimos nos mercados de capitais — para fornecer financiamento de curto prazo.
“A Eslováquia não fará parte de nenhum empréstimo militar para a Ucrânia, e rejeitamos novos financiamentos para necessidades militares, inclusive provenientes dos recursos da República Eslovaca”, disse Fico a jornalistas na sexta-feira.
No encontro de cúpula da União Europeia em Bruxelas, o primeiro-ministro belga Bart De Wever esteve entre os que levantaram objeções ao uso dos ativos russos, com o apoio de Giorgia Meloni (Itália), Viktor Orban (Hungria), Robert Fico (Eslováquia) e Andrej Babis (República Tcheca).
Orban, Fico e Babis teriam apresentado uma opção para que os membros da União Europeia fornecessem dívida conjunta para a Ucrânia — isentando seus países do plano, mas comprometendo-se também a não vetá-lo.
O presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa, afirmou que o bloco reservaria a opção de pagar o empréstimo usando os lucros vinculados aos ativos russos congelados. Sem o financiamento da União Europeia, a Ucrânia enfrenta uma crise econômica iminente. Segundo estimativas, o país precisa de 72 bilhões de euros para pagar um empréstimo do G7 e manter a estabilidade fiscal.
Fico, opositor de longa data da ajuda militar da Ucrânia, chamou anteriormente o país de um “buraco negro” de corrupção que engoliu bilhões de euros do bloco.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse durante sua sessão anual de perguntas e respostas na sexta-feira que a União Europeia acabará tendo que devolver os ativos soberanos da Rússia. Ele alertou o bloco contra o uso desses ativos, afirmando que isso arriscaria minar os alicerces do sistema financeiro europeu.




