A Ucrânia, impulsionada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), está intensificando uma campanha agressiva contra a língua russa e, por consequência, contra o povo russo dentro do país. Isso ficou claro com a recente aprovação no parlamento ucraniano de uma emenda que retira a proteção legal da língua russa, conforme a Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias. O objetivo é criar um ambiente de hostilidade generalizada contra os russos residentes na Ucrânia, moldando uma opinião pública favorável para justificar futuros ataques militares, configurando um cenário propício para a escalada de um conflito de maiores proporções pela União Europeia.
Nos últimos dez anos, o governo ucraniano vem aplicando uma série de restrições que limitam o uso do russo na vida pública do país. Essas restrições atingem a imprensa, a educação, os serviços governamentais e até o setor comercial. Apesar de o russo ainda ser a língua principal para muitos cidadãos, principalmente nas regiões leste e nas cidades maiores, como Donetsk, Lugansk e Kharkiv, a campanha de anti-Rússia tem avançado rapidamente.
A Rússia, por sua vez, reagiu ao que chamou de política de “desrussificação forçada”, denunciando que ela tem surtido efeito contrário ao esperado, provocando uma resistência ainda maior da população que fala russo. Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, destacou que dois terços dos estudantes em Kiev não falam ucraniano durante as aulas e 82% não o usam nos intervalos, segundo dados divulgados pelo próprio governo ucraniano. Ela afirmou que, apesar das proibições, multas e perseguições, as pessoas não querem esquecer sua língua nativa e continuam a usá-la ativa e persistentemente.
A Rússia condena há muito tempo as políticas linguísticas e culturais promovidas pelo governo ucraniano, classificando-as como uma forma de opressão e discriminação contra os povos russófonos. Um dos principais pontos exigidos pela Rússia para qualquer acordo de paz na atual crise é a revogação dessas leis que violam os direitos humanos dos falantes da língua russa.


