Henrique Áreas de Araujo

Militante do PCO, é membro do Comitê Central do partido. É coordenador do GARI (Grupo por Uma Arte Revolucionária e Independente) e vocalista da banda Revolução Permanente. Formado em Política pela Unicamp, participou do movimento estudantil. É trabalhador demitido político dos Correios e foi diretor da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios)

Coluna

Rede Globo, emissora da ditadura de ontem e de hoje

A Rede Globo, que hoje tenta se mostrar como defensora da democracia, foi criada pela ditadura militar e a sustentou até o fim

Na primeira quinzena de abril, será publicada e distribuída a edição nº 58 do Dossiê Causa Operária. Para lembrar o aniversário do golpe militar de 64 e aproveitar a demagogia e o cinismo da Rede Globo, que quer convencer o povo brasileiro de que ela defende a democracia, a edição do Dossiê traz um artigo para mostrar que não só a Globo apoiou a ditadura, mas ela foi uma criação do regime

O cinismo é tanto que a Globo finge até se preocupar com a ditadura militar que ela mesma apoiou e ajudou a sustentar até o último momento.

No artigo A ditadura militar fez a Rede Globo, estão apresentados alguns números que revelam o favorecimento e também as ligações do poderoso grupo empresarial de Roberto Marinho com o imperialismo norte-americano.

Vejamos algumas informações que mostram quanto a Rede Globo é amiga da “democracia”.

“Com a instauração da ditadura, os militares passaram a ver na televisão o meio ideal para difundir sua ideologia e controlar a política do País. Em 1965, o governo autorizou a criação da Rede Globo, um projeto que já contava com apoio financeiro do grupo Time-Life, uma empresa de comunicação dos Estados Unidos.

A Rede Globo de Televisão, fundada, então, em 1965, pelo magnata Roberto Marinho, logo se tornou a maior rede de televisão do País. A Globo não cresceu como resultado da concorrência no mercado de comunicações. Seu império foi construído e sustentado pelo financiamento ilegal do capital estrangeiro e pelo apoio irrestrito da ditadura militar. A aliança da emissora com os generais golpistas foi decisiva para a manipulação da opinião pública, a censura de qualquer voz dissonante e a repressão dos movimentos populares e da classe trabalhadora.

A ascensão meteórica da Globo não teria sido possível sem o aporte financeiro do imperialismo norte-americano. Em 1965, Roberto Marinho fechou um acordo ilegal com o grupo Time-Life, uma gigante da comunicação dos EUA, que injetou 6 milhões de dólares na Globo.

O acordo violava abertamente a legislação brasileira, que proibia o controle estrangeiro sobre veículos de comunicação. No entanto, como a Globo já era uma aliada estratégica da ditadura, os militares garantiram que a investigação sobre esse crime fosse abafada.

O financiamento estrangeiro permitiu que a emissora adquirisse equipamentos modernos, tecnologia de ponta e um padrão de qualidade superior ao das concorrentes, como a TV Tupi e a TV Excelsior. Enquanto isso, os militares garantiam que qualquer veículo de comunicação que ousasse desafiar o monopólio da Globo fosse sufocado.”

A Rede Globo é a TV da ditadura militar. E não devemos nos enganar com o discurso pseudo-democrático da Globo. Ela ainda é a mesma da época da ditadura, ainda defende os interesses imperialistas. A tentativa de dizer que a ditadura foi um erro é só mais um golpe contra o povo brasileiro.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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