A defesa da mulher é uma das formas que o imperialismo justifica seus ataques ao Oriente Médio. Dado que a região é a principal zona de ocupação militar imperialista, são mais de 60 mil tropas dos EUA, é preciso uma propaganda para melhorar a imagem do saque dos países. Assim inventam uma defesa da mulher para justificar a sua ocupação.
Em 2001, após a invasão do Afeganistão, Laura Bush, então primeira-dama dos Estados Unidos, afirmou: “por causa dos nossos recentes avanços militares em grande parte do Afeganistão, as mulheres já não estão presas em suas casas. Agora podem ouvir música. Os terroristas e os talibãs não as deixavam pintar as unhas”.
Ou seja, a direita ultra reacionária se vende como aliada das mulheres. E a defesa em si é absurda. O país foi tomado por uma potência estrangeira, bombardeado e destruído, se tornou um exportador de ópio no mercado de heroína, mas a preocupação dela é com ouvir música e pintar as unhas. A verdade é que não há preocupação nenhuma, apenas propaganda para convencer o povo dos EUA de não se rebelar contra essa política brutal contra os afegãos.
Essa política inclusive não é nova, surgiu na época da colonização do século XIX. Em 1893, enquanto a Grã-Bretanha expandia sua influência e domínio na Índia, combatendo movimentos de resistência muçulmanos, escritores ocidentais referiam-se à libertação de meninas e viúvas da opressão e tirania dos “maometanos” como uma das conquistas da invasão britânica. Enquanto isso as mulheres não tinham nem direito ao voto na Europa.
Os iranianos são o grande alvo atual dessa campanha. Por isso o aiatolá Khamenei já respondeu essas críticas. Em 17 de dezembro de 2024 ele afirmou: “capitalistas internacionais e políticos intervêm no tema das mulheres como fazem em todos os aspectos do estilo de vida das pessoas. Qual é o objetivo deles? Verdadeiramente, é a intrusão política e colonial”.
Estima-se que durante 150 anos de ocupação britânica na Índia, o país foi forçado a injetar cerca de 45 trilhões de dólares na economia britânica. Da mesma forma, a França saqueou os recursos argelinos, transferindo até 180 bilhões de dólares ao seu tesouro. Já os Estados Unidos utilizaram os direitos das mulheres como justificativa para tomar o controle do petróleo iraquiano. E no Afeganistão para transformar o país num polo do narcotráfico internacional.
Esse quadro econômico é muito mais determinante do que qualquer tentativa de imposição cultural, que além de tudo não funciona. A libertação da mulher se dará pelo desenvolvimento das forças produtivas, pela industrialização dos países atrasados e portanto pela derrota do imperialismo. Portanto é impossível o imperialismo defender a mulher, ele, por definição, é seu inimigo mortal.