Editorial

Quem manda no Brasil

No Brasil, as togas e as urnas curvam-se sempre diante do cofre

O escândalo que envolve o ministro Alexandre de Moraes, a sua esposa e o Banco Master dominou o noticiário da última semana. A imprensa burguesa, liderada pela Rede Globo, subitamente descobriu a necessidade de um “código de ética” para o Supremo Tribunal Federal (STF). Acreditar que se trata de uma cruzada moral contra a corrupção, no entanto, é cair na mais velha armadilha do regime político brasileiro.

O que assistimos não é um julgamento moral, mas uma disputa ferocíssima por dinheiro e poder. É o choque entre o grande capital financeiro e um dos seus funcionários que decidiu operar fora das regras estabelecidas pelo patrão.

O Estado nacional não é uma entidade neutra ou democrática; é uma propriedade privada do grande capital, fundamentalmente dos bancos. O sistema bancário brasileiro é um monopólio brutal, onde meia dúzia de instituições (Itaú, Bradesco, Santander) controlam 90% do mercado. O Banco Master, pivô do escândalo, apesar do rombo de 60 mil milhões, é um peixe pequeno que tentou abocanhar uma fatia desse mercado sob a proteção de Alexandre de Moraes.

A reação dos grandes bancos foi imediata. Ao verem um concorrente menor tentar crescer à sombra de um juiz com “poderes imperiais”, os monopólios acionaram os seus mecanismos de controle. Alexandre de Moraes, que até ontem servia utilmente para perseguir o bolsonarismo e manipular o cenário eleitoral, tornou-se um estorvo ao interferir nos lucros da oligarquia financeira. A lição é clara: o funcionário (Moraes) tentou ser maior que o patrão (os bancos) e agora encontra-se no “corredor da morte” político.

Essa análise se aplica a todo o governo. Lula foi eleito, mas não governa a não ser sob a tutela da Faria Lima. A prova cabal é a atuação do Banco Central. Gabriel Galípolo, indicado por Lula e apresentado como uma alternativa à política lesa-pátria de Roberto Campos Neto, demonstrou ser um homem de confiança dos banqueiros ainda mais ortodoxo que seu antecessor, elevando as taxas de juro a níveis estratosféricos e inconstitucionais. O objetivo é claro: drenar o orçamento público para o pagamento da dívida, asfixiando qualquer possibilidade de desenvolvimento nacional ou melhoria real na vida dos trabalhadores.

É este setor, o capital financeiro, intimamente ligado e submisso ao imperialismo, que dita os rumos da nação desde a ditadura militar. Foram eles que geriram a “abertura lenta e gradual”, elegeram Collor, sustentaram FHC, derrubaram Dilma, prenderam Lula e agora preparam o terreno para 2026. O plano é simples: descartar as figuras que já cumpriram o seu papel (como Moraes e, eventualmente, o próprio PT) e abrir caminho para um candidato que aplique uma política de terra arrasada, com privatizações totais e a destruição final dos direitos da população.

A esquerda pequeno-burguesa, ao recusar-se a ver a realidade e ao defender cegamente figuras como Alexandre de Moraes em nome de uma “democracia” de fachada, comete um erro que já está custando caro. Não há democracia possível sob a ditadura dos bancos. O escândalo do Banco Master apenas expôs o esqueleto que estava no armário: no Brasil, as togas e as urnas curvam-se sempre diante do cofre.

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