Oriente Próximo

Que papel cumpre o presidente turco Recep Erdogan?

Política contraditória da Turquia foi analisada por Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO

Durante Análise Política da Semana transmitida pela Causa Operária TV no último sábado (19), o presidente nacional do PCO, Rui Costa Pimenta, abordou o cenário de crescentes tensões no Oriente Médio, comentando o papel ambíguo do presidente turco Recep Tayyip Erdogan. Para Pimenta, a Turquia ocupa uma posição estratégica em meio à ofensiva imperialista que vem destruindo os países da região.

“A resistência palestina tem tido muito êxito em enfrentar as tropas do sionismo em Gaza”, afirmou. Como exemplo, mencionou a deterioração das forças armadas sionistas: “tivemos aí quatro soldados israelenses que se suicidaram até o momento, o que é um sinal de uma tendência séria à decomposição”.

Segundo ele, apesar das vitórias parciais da resistência, o imperialismo “não recua de nada”. Pelo contrário: “Eles têm a ideia de que é preciso encontrar uma solução para Gaza, mas ao mesmo tempo mantêm uma política extremamente agressiva na região”.

Pimenta citou rumores de novas agressões por parte de “Israel”, inclusive contra o Irã e o Líbano. Ele lembrou ainda do recente ataque sionista à capital da Síria: “vimos essa semana o bombardeio israelense de Damasco, que mostra que a situação na região continua cheia de contradições fortíssimas”.

Ao analisar a posição turca, Pimenta destacou a complexidade do alinhamento político de Erdogan. “os turcos participaram da derrubada do governo Bashar al-Assad, calculando que isso daria a eles uma vantagem estratégica”, disse. No entanto, com os ataques de “Israel” à Síria, essa política pode estar voltando-se contra a própria Turquia: “Muito provavelmente essa vitória turca acabe saindo pela culatra”.

De acordo com o dirigente do PCO, a política de Erdogan “procura manter uma certa independência da Turquia nos marcos em que ela está colocada”. Ele recorda que o país é membro da OTAN e historicamente alinhado ao imperialismo, mas que a conjuntura mudou após a queda da União Soviética. “A situação ficou fluida. O imperialismo avançou sobre os países da região. Temos a completa destruição da Líbia, a completa destruição da Síria, e a intervenção agressiva de ‘Israel’ contra o Líbano”.

Essa instabilidade coloca a Turquia, segundo Pimenta, no “olho do furacão”: “a política do governo Erdogan é muito contraditória. Ora diz que apoia a Palestina e o Hamas, ora aparece contra ‘Israel’, ora aparece ao lado de ‘Israel’”.

Para ele, essa política reflete as manobras necessárias da burguesia turca diante da desestabilização generalizada. “é importante a gente seguir esse acontecimento sem ter aquela visão simplista que o pessoal tem. Que falam assim: ‘O Erdogan é totalmente um agente do imperialismo’. Não é fato isso”, afirmou. “Ele tem uma política direitista em várias coisas, ajudou a derrubar o governo Bashar al-Assad, mas a política dele não é a mesma política do imperialismo”.

Pimenta concluiu destacando a importância do acompanhamento cuidadoso da situação internacional, pois ela impacta diretamente a realidade nacional: “tudo isso está indicando que a situação na região caminha para um profundo deslocamento de forças”. E alertou: “o imperialismo está se armando aceleradamente, buscando um enfrentamento militar com a Rússia e, em última instância, com a China. O ataque a Damasco mostra que a coisa não tem limites”.

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