Quatro estudantes internacionais da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, tiveram seus vistos revogados na última segunda-feira (7), como parte de uma onda de repressão do governo dos Estados Unidos contra alunos estrangeiros envolvidos em protestos pró-Palestina. A medida, que já atingiu mais de 50 estudantes em universidades como Harvard, Stanford e unidades do sistema da Universidade da Califórnia, expõe a ditadura imposta por um governo que se proclama defensor da liberdade, mas demonstra, na prática, um regime contrário às liberdades democráticas mais básicas.
A revogação dos vistos foi constatada pela Columbia durante uma revisão no banco de dados do Sistema de Informação de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (SEVIS). A universidade informou que seu Escritório de Estudantes e Acadêmicos Internacionais está monitorando o sistema e notificará os afetados.
“A universidade valoriza profundamente nossos acadêmicos e estudantes internacionais”, declarou o Escritório de Assuntos Públicos de Columbia, destacando que a comunidade estrangeira é essencial para a excelência acadêmica e que a instituição seguirá apoiando seus membros. A repressão, no entanto, já afetou outras instituições.
A universidade Harvard informou que três estudantes e dois ex-alunos foram atingidos no domingo (6); Stanford teve quatro estudantes e dois egressos na sexta-feira (4); UC Berkeley, seis, incluindo dois graduandos, dois pós-graduandos e dois ex-alunos; UCLA, seis estudantes e seis em treinamento prático; UC San Diego, cinco; UC Davis, sete estudantes e cinco egressos; UC Irvine, cinco; e UMass, cinco.
Tal ofensiva começou em janeiro, quando o presidente norte-americano Donald Trump assinou uma ordem executiva ameaçando cancelar vistos de estudantes ligados a protestos pró-Palestina durante a guerra entre o enclave imperialista “Israel” e o Hamas. Em 27 de março, o secretário de Estado Marco Rubio confirmou a medida em uma coletiva na Guiana: “pode ser mais de 300 agora. Fazemos isso todos os dias. Cada vez que encontro um desses lunáticos, retiro seus vistos”.
A repressão ganhou força após a prisão do líder da Columbia University Apartheid Divest Mahmoud Khalil, em 8 de março, que teve seu green card revogado. “O governo federal não explicou os motivos dessas terminações”, afirmou o chanceler da UC Davis, Gary May, no sábado (5), enquanto o chanceler da UCLA, Julio Frenk, destacou que não houve ações de fiscalização no campus.
A Universidade da Califórnia informou, por meio de seu Escritório da Presidência, que está acompanhando a situação e tentando apoiar os estudantes dentro das leis federais. Já a UMass criou um fundo para ajudar os atingidos.
Nos campi, a resposta é de resistência: o grupo Students for Justice in Palestine da UC Irvine orientou alunos a evitar contato com agentes do ICE. Enquanto isso, no sábado (5), o Departamento de Estado anunciou a revogação de todos os vistos de cidadãos do Sudão do Sul por falhas do governo transitório em receber deportados. A ditadura nos EUA se revela na perseguição aos estudantes, mostrando o verdadeiro rosto de um regime que reprime enquanto prega liberdade.