A Flotilha Global Sumud, uma missão de ajuda humanitária civil com destino à Faixa de Gaza, informou na noite desta terça-feira (23) que seus navios foram alvo de assédio de veículos aéreos não tripulados (VANTs), interferência nas comunicações e explosões durante sua atual jornada pelo Mediterrâneo.
Wael Nawwar, um coordenador da Flotilha, disse que os ataques visaram quatro embarcações com bombas de som, mas não causaram ferimentos.
Em um comunicado, os organizadores da flotilha disseram: “explosões, VANTs não identificados e interferência nas comunicações. Estamos testemunhando essas operações psicológicas em primeira mão, agora mesmo, mas não seremos intimidados”.
Os organizadores enfatizaram que esses ataques, os quais acusaram “Israel” e seus aliados de estarem por trás, fazem parte de tentativas de impedir que a ajuda humanitária chegue aos palestinos em Gaza sob cerco.
“O quão longe Israel e seus aliados irão para prolongar os horrores da fome e do genocídio em Gaza é repugnante. Mas nossa determinação é mais forte do que nunca”, dizia o comunicado. “Não seremos silenciados. Continuaremos a navegar”.
Em vídeo publicado em inglês, o ativista brasileiro Thiago Ávila, que está embarcado na flotilha rumo à Gaza, confirmou o ataque.
“Esse é um ataque de intimidação que tem como objetivo nos assustar e nos deter na nossa missão humanitária não violenta de solidariedade aos palestinos em Gaza para criar um corredor humanitário, levando comida em uma missão que é totalmente legal de acordo com as leis internacionais”, afirma o Ávila.
O mais recente ataque de VANTs anteriores contra embarcações da Flotilha havia ocorrido enquanto estavam ancoradas em águas tunisianas. Um navio, o “Family Boat”, sofreu danos de incêndio após uma explosão no porto de Sidi Bou Said, enquanto outro, o “Alma”, também foi atingido em um incidente separado. Os organizadores acusaram “Israel” de estar por trás dos ataques, enquanto as autoridades tunisianas negaram que os ataques tivessem ocorrido na época.
Os relatórios indicam que a Flotilha está atualmente no Mediterrâneo central, com os navios se reagrupando após partirem de portos na Espanha, Itália e Tunísia. O comboio visa entregar ajuda humanitária diretamente a Gaza e desafiar o bloqueio israelense, que se intensificou ainda mais desde a escalada da guerra no final de 2024.





