Neste domingo (7), ocorreram manifestações bolsonaristas em várias cidades do país, por ocasião do dia da independência. Conforme noticiado pelo portal de notícias Poder360, as manifestações foram organizadas pelo pastor Silas Malafaia.
Em São Paulo foi registrado o maior número de manifestantes. O protesto ocorreu na Avenida Paulista, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), e, conforme estimativa de Poder360, reuniu aproximadamente 48.800 manifestantes.
Além de defender a anistia e entoar dizeres contra o Supremo Tribunal Federal (STF), manifestantes também pediram “Fora Lula”.
Uma bandeira gigante dos Estados Unidos foi estendida por manifestantes, muitos dos quais também estão carregando bandeiras do principal país imperialista. Cartazes também pediam para EUA e Trump salvarem o país, em momento que o imperialismo norte-americano impõe tarifas ao Brasil e impõe sanções a autoridades com a finalidade de forçar o STF a absolver Bolsonaro, ou então garantir a aprovação da anistia. Inúmeras bandeiras de “Israel” também foram vistas, mostrando o apoio da manifestação ao sionismo.
Em publicação em sua página do X, Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do ex-presidente, compartilhou imagem aérea do banderião dos EUA, afirmando que “grande bandeira dos EUA pode ser vista em agradecimento ao presidente [Trump]”. Ele está nos Estados Unidos desde fevereiro fazendo lobby perante o governo dos EUA pela aplicação de medidas contra Moraes e ministros do STF, outras autoridades, bem como tarifas contra o Brasil.
Sendo o principal ato de apoiadores de Bolsonaro no país, na manifestação na Paulista discursaram Michelle Bolsonaro (esposa do ex-presidente); o pastor Silas Malafaia; Tarcísio de Freitas (governador de São Paulo) e outros.
Em seu discurso, Michelle Bolsonaro disse que a “perseguição política e religiosa avança” no Brasil, bem como afirmou que as recentes revelações de Eduardo Tagliaferro, o ex-assessor do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, expuseram “ilegalidades e abusos de autoridade” por parte do ministro e do STF.
A ex-primeira-dama também expôs o caráter repressivo das medidas do STF contra Bolsonaro, afirmando que a gigantesca vigilância que o Supremo colocou contra Bolsonaro configura uma “humilhação”, bem como sua família está passando por “humilhações diárias”. ““A minha filha de 14 anos tem que abrir o carro todos os dias para a polícia verificar se não há alguém escondido dentro. Todos os dias, quando eu saio e quando eu volto, eu tenho que revistar o meu próprio carro”, declarou Michelle Bolsonaro.
Tarcísio de Freitas, que o imperialismo vem tentando emplacar como candidato em 2026, em uma eleição sem Bolsonaro e sem Lula, declarou que “esse movimento vai crescer com o Bolsonaro. Não adianta tentar calar a sua voz. A voz dele tá aqui representada, tá aqui com todos vocês. E é por isso que para nós só existe um líder”. O governador também disse que Bolsonaro “é o nosso candidato e eu tenho certeza que ele indo para a urna, ele vai vencer a eleição e vai continuar o trabalho que ele começou”.
Ele também exortou Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, a pautar a anistia.
Respondendo a manifestantes que entoavam a palavra de ordem “Fora, Moraes”, Tarcísio disse “por que vocês estão gritando isso? Talvez porque ninguém aguente mais. “Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que tá acontecendo nesse país”.
Na manifestação em Brasília, participaram cerca de 7.600 apoiadores de Bolsonaro, conforme contagem do Poder360. Nela foram ouvidas palavras de ordem como ““Lula ladrão, seu lugar é na prisão”, “2026 sem Bolsonaro é golpe”, “fora Moraes, o Brasil não aguenta mais”, pedindo anistia para o ex-presidente.
Falando ao Poder360, a senadora bolsonarista Damares Alves (Republicanos-DF) declarou que, a partir de agora, “o povo vai voltar a ocupar as ruas” e que a anistia será aprovada no Congresso Nacional.
Atos também ocorreram no Rio de Janeiro, em Fortaleza, Florianópolis, Belo Horizonte, Salvador e Goiânia, todos contando com milhares de manifestantes.
Por outro lado, os atos de esquerda no mesmo dia foram esvaziados, bem como o ato oficial em Brasília.
Noticiando sobre o 7 de setembro, o jornal The New York Times afirmou que as imagens dos eventos deixam “pouca margem para a dúvida de que os apoiadores de Bolsonaro superavam significativamente os manifestantes de esquerda, mostrando que –mesmo com seus problemas legais– ele continua a ser uma força política importante no Brasil”, sendo que “o que foi diferente este ano foi a abundância de elogios aos Estados Unidos”.





