A guerra na Faixa de Gaza chegou a um ponto que o sionismo jamais imaginou enfrentar: a derrota. Dois anos de ofensiva total, de bombardeios, massacres e destruição sistemática, e o exército da ocupação não conseguiu atingir seu objetivo básico — eliminar o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas). Pelo contrário, a resistência palestina saiu fortalecida, e agora é o exército sionista que tenta recompor a própria imagem diante do mundo.
O cessar-fogo, mediado por Donald Trump, não foi um gesto de “boa vontade” de “Israel”. Foi a confissão de impotência. O regime sionista, sustentado por bilhões de dólares dos Estados Unidos e pela cumplicidade dos governos europeus e árabes reacionários, teve de aceitar o acordo que libertou dois mil prisioneiros palestinos — muitos deles condenados à prisão perpétua. É uma conquista histórica da resistência, que, mesmo diante do bloqueio, da fome e da destruição, mostrou-se capaz de enfrentar e derrotar militarmente um dos aparatos mais bem armados do planeta.
É diante dessa realidade que surge agora a choradeira sionista. A mesma imprensa que durante dois anos justificou o assassinato de crianças, o bombardeio de hospitais e o uso da fome como arma de guerra, hoje posa de defensora dos “direitos humanos” porque o Hamas executou colaboradores da ocupação. Aqueles que apoiaram o genocídio, que aplaudiram os massacres, agora falam em “civis palestinos” e “excesso de violência”. É a mais grotesca inversão moral — os algozes se fazendo de vítimas.
Mas o choro não apaga os fatos. O Hamas retomou o controle político e militar em Gaza, reorganiza a região e goza de amplo apoio popular. As tropas sionistas, em retirada, deixaram um território onde a resistência permanece viva e combativa. A ajuda humanitária voltou a entrar, não por concessão de “Israel”, mas porque o cerco desabou diante da pressão internacional e da vitória da resistência.
O desespero sionista tem razão de ser. A derrota militar é também uma derrota política: o mito da invencibilidade de “Israel” ruiu. Nem a tecnologia de ponta, nem o apoio militar norte-americano, nem a cumplicidade de regimes traidores como o da Jordânia impediram o fracasso. A ocupação revelou-se frágil, dependente e moralmente falida.
Os mesmos que há pouco exaltavam o extermínio dos palestinos falam em “dor” e “injustiça” porque perderam a guerra. O pranto dos opressores é o retrato mais fiel da sua derrota.





