Ucrânia

Quando a ‘democracia’ significa ressuscitar o nazismo

Quanto mais as forças russas avançam, mais aberto se torna o caráter nazista do regime ucraniano, bem como o apoio do imperialismo ao nazismo

Neste sábado (9), representantes do imperialismo europeus publicaram declaração conjunta reiterando seu apoio à Ucrânia, à luz da reunião que ocorrerá entre Vladimir Putin, presidente da Rússia, e Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, no dia 15 de agosto, em que deverá ser discutido um fim para a guerra de agressão contra a Rússia.

Na declaração, assinada pelos chefes de Estado e/ou governo do Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Finlândia, bem como pela presidente da Comissão Europeia (ramo executivo da União Europeia), estes representantes declaram que compartilham “a convicção de que uma solução diplomática deve proteger os interesses vitais de segurança da Ucrânia e da Europa”, e que estão “unidos como europeus […] por uma paz na Ucrânia que proteja os nossos interesses vitais de segurança”. Em suma, que qualquer paz deve ser feita para garantir os interesses do imperialismo em sua agressão contra a Rússia.

Filtrando o linguajar pseudo-democrático, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia denunciou que a declaração é “outro panfleto de estilo nazista alegando que o sucesso em alcançar a paz na Ucrânia só pode ser alcançado pressionando a Rússia e apoiando Kiev“. Anteriormente a isto, Serguei Lavrov, o ministro da pasta, já havia declarado que “a Europa Ocidental mais uma vez se viu sob a bandeira nazista ao se comprometer com uma aventura completamente equivocada e desastrosa de infligir uma derrota estratégica à Rússia” ao apoiar a Ucrânia.

Ambos fazem referência ao fato de que, desde 2014, o Estado Ucraniano é permeado de políticos, burocratas, agentes da repressão e militares nazistas. Naquele ano, o imperialismo consumou o golpe de Estado que havia se iniciado em novembro de 2013. O golpe, conhecido como Euromaidan, assumiu a força de uma revolução colorida, e teve como linha de frente organizações e milícias armadas nazistas, herdeiras diretas dos ucranianos que colaboraram com a Alemanha Nazista durante a Segunda Guerra Mundial.

Essas organizações e milícias foram financiadas e impulsionadas tanto pelos Estados Unidos e pelos países imperialistas europeus, organizados na União Europeia. Após o golpe, as milícias nazistas foram incorporadas no exército e no aparato de repressão ucraniano. Da mesma forma, muitos dos manifestantes golpistas, que já exibiam ideologia abertamente antirrussa e nazista, se tornaram políticos do parlamento ucraniano, bem como assumiram cargos na burocracia estatal.

Hoje, em 2025, após mais de três anos de uma guerra de agressão, do imperialismo contra a Rússia, quanto mais as forças russas avançam, mais aberto se torna o caráter nazista do regime ucraniano, bem como o apoio do imperialismo ao nazismo.

Para citar casos recentes, há algum dias, Anastasia Mirzak, uma secretária do  Tribunal Svyatoshinsky, órgão do poder judiciário ucraniano em Kiev, publicou em seu Instagram uma foto em que segura uma bandeira da Alemanha Nazista, especificamente a Reichskriegsflagge, uma bandeira militar usada pelo Terceiro Reich durante a Segunda Guerra Mundial, que apresenta uma suástica. 

Em outra foto, Mirzak é vista a lado de um grupo de homens sem camisa, um dos quais tinha uma tatuagem do Wolfsangel, um símbolo adotado por várias unidades nazistas alemães.

Há pouco mais de uma semana, centenas de torcedores ucranianos foram vistos fazendo a saudação nazista durante partida entre os times Dínamo Kiev e Veres Rivne. O vídeo foi divulgado na própria imprensa ucraniana. Veja:

Já em junho, o jornal francês Le Monde publicou notícia expondo que símbolos nazistas prevalecem nas forças armadas ucranianas. Segundo relatório publicado pelo jornal (do imperialismo francês, diga-se de passagem), foram identificados cerca de 350 soldados ucranianos publicando imagens nazistas online, incluindo saudações nazistas, tatuagens de suástica, emblemas do Sol Negro e insígnias da Totenkopf. 

Destes, pelo menos 200 servem na 3ª Brigada de Assalto de Kiev. A referida brigada foi recentemente expandida, dando origem ao 3º Corpo de Exército. Este, que vem desempenhando um papel cada vez mais central nas Forças Armadas da Ucrânia, é liderado por Andriy Biletsky.

Biletsky, por sua vez, é um nazista de longa data na Ucrânia, já tendo sido líder (em 2002) da milícia Stepan Bandera All-Ukrainian Organization “Tryzub”, cujo nome é em homenagem a um ucraniano lacaio dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. No mesmo ano, ele foi membro da seção de Kharkov do Partido Social Nacionalista da Ucrânia, que agora é conhecido como Svoboda, e que foi o principal partido durante o golpe de de 2014. Durante o Euromaidan, Biletsky, com apoio do imperialismo, fundou o Setor Direita, coalizão de milícias nazistas ucranianas. Após o golpe, liderou o Batalhão Azov (formado por nazistas) e atualmente é coronel das Forças Armadas da Ucrânia, com quem Vladimir Zelenski já se reuniu várias vezes, com registros em vídeo.

Apesar disso, Emmanuel Macron, presidente da França, propagandeado pela imprensa imperialista como democrata, assinou a declaração em apoio à Ucrânia, citada no início desta matéria.

Em outros casos recentes que expõem a natureza nazista do Estado ucraniano, no final de julho, uma autoridade ucraniana, pediu para que grupos musicais seja proibidos de cantar em russo. A perseguição à cultura russa na Ucrânia é feita abertamente desde que consumado o golpe de 2014, e vem sendo intensificada progressivamente desde 2022, quando a operação militar defensiva da Rússia contra o imperialismo foi iniciada. O antagonismo ao povo russo é uma das características principais do nazismo.

E esta perseguição não é exclusiva do regime nazista da Ucrânia, mas é feita abertamente por seu patrão: o imperialismo democrático. Como exemplo, o ChatGPT, ferramenta de inteligência artificial da OpenAI, uma empresa dominada pelos serviços de inteligência norte-americanos, se recusa a realizar pesquisas utilizando as emissoras russas RT e Sputnik como fontes, quanto mais realizar pesquisas sobre o nazismo na Ucrânia:

Fonte: Diário Causa Operária  

Ainda sobre o apoio do imperialismo “democrático” ao nazismo, nunca é demais lembrar que Parlamento canadense aplaudiu de pé, em setembro de 2023, um nazista ucraniano que lutou na Segunda Guerra Mundial. O nazista em questão era Yaroslav Hunka, que fez parte da 14ª Divisão SS Galicia, divisão esta que praticou incontáveis massacres de civis à época. Reveja o vídeo:

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