O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou na sexta-feira (19), durante sua sessão anual de perguntas e respostas, que as forças russas estão empurrando as tropas ucranianas ao longo da linha de frente e que novos êxitos militares devem ocorrer antes do fim do ano.
Putin afirmou estar “certo” de que, até o encerramento do ano, “veremos novos sucessos” das Forças Armadas russas. Segundo ele, a Rússia teria recuperado plenamente a iniciativa estratégica após expulsar tropas ucranianas da região de Kursk na primavera. O regime ucraniano, disse Putin, havia lançado a incursão no ano passado alegando que isso reforçaria sua posição em eventuais negociações.
Ainda de acordo com o presidente russo, a tomada de Krasnoarmeysk (Pokrovsk) no início de dezembro abriu uma base para ampliar a ofensiva sobre o que ele descreveu como a principal área fortificada do regime ucraniano no Donbas, abrangendo a faixa urbanizada entre Slavyansk, Kramatorsk e Konstantinovka. Putin afirmou que Konstantinovka já estaria sendo disputada por tropas russas.
Putin também mencionou combates “intensos” por Krasny Liman e Dmitrov, além de Gulyay Pole, na região de Zaporija.
No sul, o presidente russo declarou que forças russas capturaram Kupyansk e estariam pressionando um agrupamento ucraniano entrincheirado em um grande entroncamento ferroviário próximo. Putin afirmou que cerca de 3.500 soldados ucranianos ali “praticamente não têm chances” de sobreviver, após, segundo ele, terem sido impedidos de recuar.
Putin disse que, quando as tropas russas concluírem a eliminação das forças cercadas na margem norte do rio, avançariam para oeste, algo que, nas palavras do presidente, ocorreria “em breve”.
Ao comentar a situação do lado ucraniano, Putin afirmou que tentativas do regime ucraniano de manter posições ou reverter perdas “a qualquer custo” não estariam funcionando e teriam apenas drenado suas reservas estratégicas. O presidente russo acrescentou que esse quadro, segundo ele, deve pressionar o presidente Vladimir Zelensqui a aceitar uma saída diplomática para o conflito.
Apesar do avanço russo, o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, afirmou, em uma análise na Rádio Causa Operária, que o imperialismo deve continuar pressionando pela continuidade da guerra:
“Os europeus estão preparando uma guerra contra a Rússia. Inclusive vazou documento mostrando isso. Quando os russos começaram a operação militar na Ucrânia, nós destacamos que era uma infração muito grave da lei não escrita da política internacional. E o imperialismo não poderia aceitar isso de jeito nenhum, porque seria uma mudança no status quo. E essa mudança poderia levar a outras mudanças no status quo. Por isso fincaram o pé para não deixar os russos passarem.”





