Política internacional

Putin e Xi Jinping se encontram na China e firmam parcerias

Putin declarou que estava “feliz por ter a oportunidade de discutir nossas relações bilaterais em todos os níveis, entre outros tópicos"

Nesta quarta-feira (3), a República Popular da China celebrou o 80º aniversário da vitória sobre o imperialismo japonês, marcando o fim a Segunda Guerra Mundial, bem como da Segunda Guerra Sino-Japonesa.

Participaram da cerimônia 29 chefes de Estado ou governo estrangeiros convidados pelo governo chinês (alguns por ocasião da cúpula da SCO em Tianjin). 

Dentre eles, estavam presentes Vladimir Putin, presidente da Federação Russa, e Kim Jong Un, presidente da Comissão de Assuntos de Estado da República Popular Democrática da Coreia (Coreia do Norte). A presença de ambos ganhou destaque, sendo a primeira vez que eles e Xi Jinping, presidente da China, estiveram juntos.

Falando sobre o evento, a agência britânica de notícias Reuters, publicou matéria afirmando que o presidente chinês, Xi Jinping, alertou que o mundo está diante de uma escolha entre paz ou guerra em um grande desfile militar em Pequim na quarta-feira, ladeado pelo russo Vladimir Putin e pelo norte-coreano Kim Jong Un, em uma demonstração de força sem precedentes.

Logo após a celebração do 80º aniversário, Putin se reuniu com Kim Jon Un em Pequim. A reunião durou mais de uma hora e meia, noticiou o jornal Global Times, acrescentando que, após o encerramento da reunião, os líderes russo e norte-coreano apertaram as mãos, se abraçaram e trocaram votos de melhoras, de acordo com um vídeo publicado pelo Crêmlin (governo russo). Putin declarou que estava “feliz por ter a oportunidade de discutir nossas relações bilaterais em todos os níveis, entre outros tópicos”

Além dos citados acima, estiveram presentes Masoud Pezeshkian (presidente do Irã); Shehbaz Sharif (primeiro-ministro do Paquistão); Prabowo Subianto (Presidente da Indonésia); Robert Fico (Primeiro-Ministro da Eslováquia);  Alexander Lukashenko (Presidente da Bielorrússia); Aleksandar Vučić (Presidente da Sérvia); o general sênior Min Aung Hlaing (chefe da Junta Militar de Mianmar), Khurelsukh Ukhnaa (presidente da Mongólia), Khurelsukh Ukhnaa (presidente da Mongólia); Shavkat Mirziyoyev (presidente do Uzbequistão); Luong Cuong (presidente do Vietnã); KP Sharma Oli (presidente do Nepal); Anwar Ibrahim (primeiro-ministro da Malásia); Mohamed Muizzu (presidente das Maldivas) e Emmerson Mnangagwa (presidente do Zimbábue).

Conforme noticiado pela emissora Al Jazeera, Prabowo Subianto, o presidente da Indonésia, fez uma “aparição surpresa”. Desde o início do ano, o país vem sendo alvo de uma tentativa de golpe de Estado, sob a forma de revolução colorida, com o imperialismo impulsionando protestos de massa em várias ondas. A mais recente começou no último dia 25 de agosto. 

Segundo noticiado pelo jornal Global Times, Subianto reuniu-se com Xi Jinping nesta quarta-feira. Neste mesm dia, o presidente da China declarou que  como grandes países do Sul Global, China e Indonésia devem trabalhar juntas para se opor à intimidação unilateral, salvaguardar a paz e a estabilidade regionais e defender a equidade e a justiça internacionais.

Semelhantemente, o primeiro-ministro da Eslováquia e o presidente da Sérvia participaram da cerimônia em momento que ambos os países são alvos de revoluções coloridas. O ministro das Relações Exteriores e Comércio da Hungria, Peter Szijjarto, também compareceu ao evento, e se reuniu com seu homólogo chinês, Wang Yi, 

O chanceler húngaro afirmou que a Hungria aprecia muito a China por sempre estar ao lado da paz e desempenhar um papel fundamental na promoção da paz e da estabilidade mundial.

Wang Yi, que também é membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China, disse que sob a orientação estratégica dos dois chefes de Estado, as relações entre a China e a Hungria estão no seu melhor momento da história, conforme noticiado pela agência de notícias Xinhua. Sob a liderança de Viktor Orbán, primeiro-ministro, a Hungria vem se opondo à Guerra de Agressão contra a Rússia, criando obstáculos para o imperialismo europeu.

Quanto à celebração em si, ela consistiu em uma grandiosa parada militar, da qual participaram mais de 12 mil militares do Exército de Libertação Popular (ELP).

Na parada, a República Popular da China exibiu pela primeira vez sua tríade nuclear completa (mísseis DF-5C, DF-61, JL-1 e JL-3). Apresentou também novas armas hipersônicas, VANTs (drones) avançados, robôs quadrúpedes, veículos submarinos não tripulados e sistemas a laser, de forma que o evento reforçou a imagem de modernização e dissuasão estratégica da China em múltiplos domínios: terrestre, aéreo, marítimo e espacial. Leia abaixo a lista das principais novas armas e equipamentos militares exibidos na parada:

Tríade nuclear completa: DF-5C (silo), DF-61/DF-31BJ (móvel), JL-1 (aéreo), JL-3 (submarino).

  1. DF-5C — ICBM de silo (míssil balístico intercontinental baseado em silo) com alcance global, capacidade MIRV (múltiplas ogivas independentes).
    Parte da tríade nuclear – componente terrestre.
  2. DF-61 — novo ICBM móvel, considerado o mais avançado do Exército Popular de Libertação (EPL/PLA).
    Parte da tríade nuclear – componente terrestre.

  3. DF-31BJ — outro ICBM terrestre, também parte da tríade nuclear.
    Parte da tríade nuclear – componente terrestre.

  4. JL-1 — míssil nuclear lançado do ar (air-launched).
    Parte da tríade nuclear – componente aéreo.

  5. JL-3 — míssil nuclear lançado a partir de submarinos.
    Parte da tríade nuclear – componente marítimo.

  6. Série YJ de mísseis hipersônicos antinavio:

    • YJ-15

    • YJ-17 (hipersônico aerobalístico)

    • YJ-19 (cruzeiro hipersônico com motor scramjet)

    • YJ-20 (hipersônico aerobalístico)

    • YJ-21 (“matador de porta-aviões”)

  7. Robôs-lobos — robôs quadrúpedes com funções de reconhecimento, detecção/varredura de minas e operações em terreno acidentado.

  8. Drones “companheiros leais” (FH-97) — drones furtivos que acompanham caças tripulados em missões, incluindo o GJ-11 UCAV.

  9. Veículos Submarinos Não Tripulados Extra-Grandes (XLUUV) — como o AJX-002 (18–20 m), destinados a reconhecimento e guerra submarina; inclui também o HSU-100.

  10. Armas a laser:

  • LY-1 — laser de alta energia embarcado, para defesa aérea contra drones e mísseis.

  • Outras armas de energia direcionada e micro-ondas.

  1. HQ-29 — sistema de defesa espacial, projetado para destruir satélites inimigos.

  2. DF-26D “Matador de Guam” — míssil balístico de alcance intermediário, capaz de atingir bases norte-americanas como Guam, com ogiva nuclear ou convencional.

  3. PHL-16 (PCL-191) — sistema de lançador múltiplo de foguetes, concorrente do HIMARS americano.

  4. CJ-1000 (DF-1000) — míssil de cruzeiro hipersônico de longo alcance (2.000–4.000 km), projetado para atingir bunkers e navios de superfície.

  5. Tanques de guerra Type-100 e Type-99B — novas versões de blindados modernizados.

Dias antes da comemoração do 80º aniversário da Vitória ocorreu a 25ª reunião do Conselho de Chefes de Estado da Organização de Cooperação de Xangai (SCO)

25ª Cúpula da Organização de Cooperação de Xangai 

A Cúpula da SCO ocorreu de 31 de agosto a 1 de setembro de 2025, em Tianjin, China.

Além de vários dos líderes presentes no aniversário da Vitória, estiveram presente também o Primeiro-Ministro da República da Índia, Narendra Modi, o Presidente da República do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, o Presidente da República do Quirguistão, Sadyr Japarov, o Primeiro-Ministro da República Islâmica do Paquistão, Shahbaz Sharif, o Presidente da República do Tajiquistão, Emomali Rahmon, o Presidente da República do Uzbequistão, Shavkat Mirziyoyev, o Secretário-Geral da SCO, Nurlan Yermekbayev, e o Diretor do Comitê Executivo da Estrutura Regional Antiterrorismo da SCO, Ularbek Sharsheev.

Ganhou destaque a presença de Narendra Modi, especialmente em razão da recente reaproximação da Índia em relação à China, após décadas de relação conturbada e conflituosa. A reaproximação veio na esteira das medidas tomadas pelo governo Donald Trump (EUA) de tentar forçar a Índia, através de tarifas, a parar de importar petróleo e gás da Rússia. Vídeos divulgados mostram Putin, Modi e Xi exibindo sinais de uma relação diplomática muito positiva entre os países.

Putin também esteve presente na cúpula da SCO, resultando na assinatura de 20 acordos bilaterais entre China e Rússia, incluindo de cooperação especial. Foi assinado também acordo para a construção do gasoduto Poder da Síbéria 2

Em declaração sobre o balanço de sua visita à China, tanto para participar da cúpula quanto do aniversário da Vitória, o presidente russo afirmou, em coletiva de imprensa, que os resultados de sua visita ao país foram positivos. Falando sobre o gasoduto, Putin informou que o acordo foi o resultado de anos de trabalho, acrescentando: “todos estão satisfeitos, todos estão satisfeitos com o resultado”, conforme noticiado pela emissora Russia Today (RT).

O acordo foi fechado na terça-feira (02), sob a forma de um memorando juridicamente vinculante. Power of Siberia 2 tem capacidade de 50 bilhões de metros cúbicos por ano, e  transportará gás do oeste da Sibéria, através da Mongólia, até o norte da China, com o trecho mongol conhecido como Soyuz Vostok. O gasoduto é uma evolução do gasoduto linha Power of Siberia-1, lançado em 2019, o qual já transportou mais de 100 bilhões de metros cúbicos para a China a partir do leste da Sibéria, conforme noticiado pela RT, que que o novo projeto é há muito descrito por Moscou como o “maior do mundo” na indústria de gás.

No mesmo dia em que ocorreu a celebração do 80º aniversário da Vitória, teve início 10º Fórum Econômico do Extremo Oriente. 

Sediado em Vladivostok, e oficialmente voltado ao fomento de investimentos no Extremo Oriente Russo, o fórum irá até o dia 6 de setembro.

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